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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Como a pesquisa de um universitário nepalês ajudou a Nasa a 'descobrir água em Marte'


Um cientista espacial nepalês foi um dos principais responsáveis pela descoberta de provas da existência de água em Marte – quando ainda era estudante.
Em 2011, durante sua graduação na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, e aos 21 anos, Lujendra Ojha publicou uma pesquisa sugerindo que as manchas escuras em declives marcianos poderiam ser causadas por cursos de água salgada, que correriam durante o verão no planeta.
Ele formulou a hipótese a partir de análises de imagens feitas pela High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE), uma das câmeras do satélite Mars Reconnaissance Orbiter (MRO).
Em abril de 2015, a Nasa afirmou que as imagens feitas pelo satélite haviam oferecido pistas de que a teoria de Lujendra poderia estar correta. E, nesta segunda-feira, um estudo do nepalês confirmando a hipótese foi divulgado na publicação científica Nature Geoscience e anunciado pela agência espacial americana.
Atualmente, ele é estudante de PhD em ciência planetária no Instituto de Tecnologia do Estado da Geórgia.

"Sou apaixonado pelo estudo das atuais características geológicas de corpos planetários no Sistema Solar. Trabalhei com Terra, Marte, Lua, asteroides, cometas e também classifiquei diversos meteoritos", diz.
Em seu site, ele afirma que seu principal interesse é "entender a evolução dos planetas telúricos (os mais próximos do Sol no Sistema Solar: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte)".
'Golpe de sorte'
Nascido em Katmandu, no Nepal , Lujendra era fã de ficção científica e sonhava inventar uma máquina do tempo quando criança, segundo o portal de notícias da rede americana CNN.
A descoberta sobre Marte aconteceu durante um projeto que ele desenvolvia com o professor Alfred McEwen, membro da equipe de pesquisadores do MRO e professor de geologia planetária na Universidade do Arizona.
Investigando, com a ajuda de um algoritmo, imagens das mudanças sazonais em canais de Marte, que podem ser resquícios da presença de água no passado, Lujendra percebeu manchas irregulares diferentes.
 "Quando eu as vi pela primeira vez, não tinha ideia do que eram. Achava que eram apenas traços criados pela poeira ou algo assim. Foi um golpe de sorte", disse ele à CNN em 2011, quando apresentou, como coautor, seu primeiro estudo sobre o tema.
Após meses de pesquisas, a equipe de McEwen descobriu que as manchas encontradas por Lujendra eram a primeira evidência de que água líquida salgada poderia existir na superfície do planeta.
O cientista nepalês é, agora, o principal nome no estudo que traz o que pode ser a notícia mais significativa do ano para a exploração espacial.
Na sua página pessoal, Lujendra aparece tocando guitarra em uma banda de rock, mostra suas fotos de cachoeiras e montanhas no Instagram e dá explicações espirituais para sua atração pela pesquisa científica.
"Com o profundo conhecimento de que sou corpo e mente unificados compostos de poeira estelar, eu não estou fazendo ciência. Estou apenas tentando entender minha gênese e compartilhar esse conhecimento."

Forte abraço,
Prof. Sérgio Torres

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'Turbilhões' no Ártico trazem calor das profundezas e aceleram derretimento, diz pesquisa


Uma equipe de oceanógrafos conseguiu evidências de que turbulências no oceano Ártico – provocadas pelo vento – estariam trazendo mais calor das profundezas do mar para a superfície.
Segundo a descoberta dos pesquisadores, o derretimento das geleiras expõe mais água ao vento, e a turbulência acaba fechando um círculo vicioso de calor, acelerando ainda mais esse derretimento.
A equipe mediu o calor subindo das profundezas e ele equivale ao calor que chega à superfície do sol do outono.
"O calor que vem debaixo da superfície tem sido tão forte quanto o que vem do sol", disse à BBC a cientista-chefe da missão, Jennifer MacKinnon, do Instituto de Oceanografia da Universidade da Califórnia em San Diego.
"É certo que os dias estão ficando mais curtos aqui (no Ártico), então a luz do sol não é extremamente forte nessa latitude. Mas ainda assim, isso é algo que raramente acontece e que nos surpreendeu bastante."
A fonte desse calor das profundezas é uma camada de água quente que é mais salgada – e consequentemente mais densa – do que a água na superfície.
"Há um reservatório de calor no oceano Ártico, bem embaixo da superfície, que historicamente – quando havia muitas geleiras – costumava ficar parado por ali mesmo", explicou MacKinnon. "Ele só estava lá 'quietinho' como uma poça de água quente e salgada abaixo da superfície."
Agora que o "encolhimento" das geleiras está expondo mais água ao vento, os cientistas estão preocupados que essa "poça de água salgada e quente" possa subir à superfície.
Além disso, a equipe de MacKinnon identificou que esse calor estava sendo trazido à superfície por fortes e surpreendentes turbilhões no oceano – que eles estudaram em detalhes por eles com o uso de um instrumento que parece um "canhão com uma agulha com gravador na frente".

Image copyrightThomas Moore
Image captionEquipe identificou que correntes vindas das profundezas do oceano traziam calor para a superfície

Medições

Matthew Alford, pesquisador e líder do projeto, explicou como esse instrumento, desenvolvido na Universidade de Washington, funciona quando é jogado no mar.
"Quando ele encontra correntes de turbulência muito pequenas, a agulha fica levemente inclinada", disse Alford.
"Essas ferramentas estão nos ajudando a ter uma visão mais clara não só da estrutura dessas correntes, mas também a medir diretamente o fluxo de calor no topo delas e na superfície das geleiras."
Algumas dessas correntes estão trazendo água a uma temperatura de 6°C para profundidades menores que 50 metros; essas são mudanças tão drásticas que nem a equipe esperava.
"A força dessas correntes é impressionante", disse MacKinnon. "Nós agora precisamos decifrar qual é a contribuição disso para o processo de derretimento das geleiras a longo prazo."
A expedição chegou ao fim no sábado, quando o navio da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos retornou ao porto no Alasca.
Entre os outros instrumentos utilizados pela equipe estava um "Swims" (Sistema de mapeamento de água) que poderia ser arrastado atrás do barco para medir continuamente a temperatura, a profundidade e a condutividade.

Image copyrightThomas Moore
Image captionJen MacKinnon, a cientista chefe da expedição

"A ideia é balançar os sensores na frente do navio e ter uma amostra do oceano 'impertubável'. Isso tem nos mostrado algumas estruturas interessantes nos primeiros 20 metros do oceano."
Os pesquisadores encontraram morsas, papagaios-do-mar e um urso polar durante as semanas que passaram no oceano. Mas MacKinnon alerta que a vida selvagem na região tem aparecido com menos frequência do que antes. "Está parecendo bastante tranquilo aqui, mais do que era."

Image copyrightThomas Moore
Image captionCientistas encontraram morsas na região, além de outros animais que compunham a vida selvagem ali

A temperatura, porém, se manteve bem baixa. "Estava bastante frio. Por várias noites, trabalhamos lá fora, no convés, quando estava nevando e ventando bastante. Fazia -5°C no barco."
Julienne Stroeve, especialista em Ártico no National Snow and Ice Data Centre dos EUA, disse que os novos resultados são interessantes e muito valiosos.
"Acho que é bem importante entender essa mistura das águas quentes das profundezas do oceano com as geleiras", disse à BBC.
Será crucial quantificar exatamente quanto desse calor chega às geleiras e o quanto ele está influenciando no derretimento delas, segundo Stroeve.

Image copyrightThomas Moore
Image captionPapagaio-do-mar apareceu para 'visitar' a equipe
Image copyrightThomas Moore
Image captionExpedição também flagrou belas paisagens no período


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Há uma corrente gelada no Atlântico. E a causa está nas alterações climáticas


Uma corrente da água gelada no Oceano Atlântico pode ser o resultado do degelo da Gronelândia. Causa será o aquecimento global.


Há uma grande corrente de água gelada no Oceano Atlântico, mais concretamente a sul da Gronelândia e da Islândia, que está a preocupar os cientistas. Esta corrente oceânica de baixas temperaturas tem-se manifestado desde o início do ano. Segundo o Washington Post, alguns cientistas suspeitam que o fenómeno seja parte de um processo já há muito temido pelos investigadores – uma circulação mais lenta das águas do Oceano Atlântico, nomeadamente de um dos braços da corrente do Golfo, que circula de sul para norte e banha as costas da Europa, sendo responsável pelo clima relativamente ameno da Europa e de Portugal em particular.
Quando quase todos os oceanos têm vindo a registar uma subida de temperatura, ma região entre a Gronelândia e a Islândia aconteceu o inverso: a temperatura do mar à superfície desceu.
Quando quase todos os oceanos têm vindo a registar uma subida de temperatura, ma região entre a Gronelândia e a Islândia aconteceu o inverso: a temperatura do mar à superfície desceu (registo dos últimos oito meses).
Segundo um artigo da Nature Climate Change, citado pelo Washington Post, esta “água gelada” é o resultado do degelo na Gronelândia que está a perder mais de cem mil milhões de toneladas de gelo por ano. Stefan Rahmstorf, um dos responsáveis pelo artigo, adianta que há fortes provas “de que isto é uma consequência do já longo declínio da corrente do Golfo, ou seja, da inversão da circulação do oceano Atlântico como consequência do aquecimento global”, explica, cita o Washington Post.
Se esta tendência continuar e se confirmar, poderemos assistir a uma subida do nível do mar na Costa Este dos Estados Unidos e alterações significativas nas temperaturas médias do Atlântico Norte e de toda a Europa.

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NASA encontra evidências de água salgada em Marte


Cabo Canaveral – Cientistas descobriram o primeiro indício de que água salgada pode fluir na superfície de Marte durante os meses de verão do planeta vermelho, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira.
Embora a fonte e a composição da água sejam desconhecidas, a descoberta pode afetar a especulação sobre a possibilidade de o planeta mais parecido com a Terra no sistema solar poder acolher a vida microbiana dos dias atuais.
Os cientistas desenvolveram uma nova técnica para analisar mapas químicos da superfície marciana obtidos pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da agência aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês)
Eles encontraram marcas reveladoras de sais que só se formam na presença de água em canais estreitos nas encostas de rochedos por toda a região equatorial do planeta.
Esses declives, relatados pela primeira vez em 2011, surgem durante os meses quentes do verão marciano e desaparecem quando as temperaturas caem.
Os cientistas desconfiam que essas faixas, conhecidas como linhas de declive recorrentes, (RSL, na sigla em inglês), são abertas pelo fluxo da água, mas ainda não haviam sido capazes de medi-las.
“Achei que não havia esperança”, disse Lujendra Ojha, estudante de graduação no Instituto de Tecnologia da Georgia e principal autor da monografia presente na edição desta semana do periódico Nature Geoscience, à Reuters.
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter faz medições durante a parte mais quente do dia marciano, por isso os cientistas acreditavam que quaisquer indícios de água, ou de marcas de minerais hidratados, teriam se evaporado.
Além disso, o instrumento de detecção química na sonda orbital não consegue especificar detalhes tão pequenos quanto as faixas, que costumam ter menos de 5 metros de largura.
Mas Ojha e seus colegas criaram um programa de computador que consegue esmiuçar pixels individuais. Esses dados depois foram correlacionados com as imagens de alta resolução das faixas. Os cientistas se concentraram nas faixas mais largas e encontraram uma combinação perfeita entre suas localizações e a detecção de sais hidratados.
A descoberta “confirma que a água está desempenhando um papel nestas características”, acrescentou Alfred McEwen, cientista planetário da Universidade do Arizona. “Não sabemos se está vindo da subsuperfície. Pode vir da atmosfera.”
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Edward Snowden afirma que mensagens de alienígenas chegam a nós criptografadas



Por que ainda não encontramos vida alienígena pelo Universo? Esta pergunta que muitos se fazem foi respondida por Edward Snowden, o ex-agente de inteligência da NSA, hoje exilado na Rússia. Para ele, tudo é uma questão de criptografia de dados. Snowden virou inimigo do governo norte-americano após vazar informações do programa PRISM, de espionagem do EUA

A declaração foi concedida para o podcast StarTalk, do astrofísico Neil deGrasse Tyson. Para Snowden, toda civilização avançada tende a criptografar suas comunicações para manter o segredo de suas informações. Desta forma, extraterrestres devem usar técnicas para deixar suas mensagens "ilegíveis", exceto para quem tenha a "chave".
“Quando pensamos em tudo o que estamos ouvindo através dos nossos satélites ou tudo o que eles estão ouvindo de nossa civilização – se há de fato ETs lá fora –, todas as suas comunicações são criptografadas por padrão. Se o que estamos ouvindo é um programa de televisão ou realmente um extraterrestre, tudo é indistinguível para nós”, disse Snowden.

Você acha que consegue decifrar uma mensagem criptografada? O HISTORY desenvolveu um mecanismo para que você possa enviar uma mensagem super secreta qualquer um de seus amigos. Será que eles conseguirão decifrá-la? Clique abaixo e envia quantas mensagens você quiser:



Fonte: TechMundo , StarTalk
Imagem: Carlos Valdes-Lora

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Neurocirurgião anuncia a possibilidade da vida eterna





Não é a primeira vez que o neurocirurgião italiano Sergio Canavera causa rebuliço na comunidade científica. Depois de anunciar, há alguns meses, seu projeto de transplantar uma cabeça humana, o especialista revelou, recentemente, que já tem data e local para a cirurgia – ela acontecerá em dezembro de 2017, na China. No entanto, Canavero foi mais longe ainda ao declarar que esse procedimento será o primeiro passo para alcançar a imortalidade humana. 

Vários críticos se manifestaram em todo o mundo, apontando a impossibilidade de se realizar uma operação de tamanha complexidade. Já o médico e sua equipe se preparam há anos não apenas para enfrentar os contratempos que a operação pode apresentar, mas também para responder aos problemas legais que ela acarreta. É que os dilemas éticos que se abrem diante da perspectiva de tal avanço médico não são poucos: na China, por exemplo, ainda ressoam os ecos do escândalo sobre o uso de órgãos de presidiários mortos, sem o consentimento dos mesmos, para a realização de experimentos científicos. 

Enquanto o mundo debate as implicações morais que aparecerão se o neurocirurgião for bem-sucedido em sua empreitada, o russo Valery Spiridinov, que sofre da rara doença degenerativa de Werdnig-Hoffmann, ofereceu-se voluntariamente para ser cobaia da operação. Apesar de muitos médicos terem declarado à imprensa que, no caso de o paciente sobreviver à operação, o processo de recuperação poderá ser “pior que a morte”, Spiridonov alega que está disposto a correr esses riscos, com a perspectiva de poder cuidar de si mesmo no futuro. Para isso, o russo terá sua cabeça separada de seu corpo por vários minutos, e ficará um mês em coma, se tudo correr bem depois da cirurgia. 

Fonte: ABC
Imagem: Nejron Photo/Shutterstock.com

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Cientistas apostam em células-tronco em pesquisa para curar cegueira



Cirurgiões em Londres realizaram uma operação pioneira para testar um novo tratamento de um tipo de cegueira usando células-tronco.
A "cobaia" foi uma mulher de 60 anos, portadora de degeneração macular, uma doença ocular degenerativa, em procedimento realizado no Moorfields Eye Hospital. A doença é a principal causa de perda de visão em países desenvolvidos.
No Brasil, cerca de 2,9 milhões de pessoas com mais de 65 anos têm a doença, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.
A técnica envolve o uso de uma espécie de "remendo", feito com células oculares provenientes de doações, implantado na parte posterior da retina.
A cirurgia faz parte de um projeto criado há uma década para tentar reverter a perda de visão em pacientes com degeneração macular. Dez pacientes com o tipo "úmido" da doença, considerado o mais grave, participarão dos testes.
Todos eles têm expectativa de sofrer perda súbita de visão por conta de defeitos nos vasos sanguíneos localizados nos olhos.
Após a cirurgia, os pacientes serão monitorados por um ano para que se cheque se o tratamento é seguro e se houve melhora de visão.


BBCImage copyrightThinkstock
Image captionA degeneração macular é marcada pela morte de células responsáveis pela visão

A mulher que se submeteu à cirurgia não quis ser identificada. Segundo o coordenador do projeto, o médico Peter Coffey, do Instituto de Oftalmologia da University College London, o remendo de células parece estável.
"Não poderemos saber antes do Natal se a visão está boa e por quanto tempo pode ser mantida", explicou Coffey.
As células usadas na terapia são do epitélio pigmentar da retina (EPR), uma camada celular responsável pela "manutenção" dos fotorreceptores na mácula, o ponto do olho em que enxergamos com maior clareza e definição. Em casos de degeneração macular, as células EPR morrem e pacientes perdem sua visão central, que fica distorcida e borrada.
"Este é um projeto verdadeiramente regenerativo. No passado, era impossível substituir células perdidas. Se conseguirmos fazer com que as células implantadas funcionem, isso seria de imenso benefício para pessoas ameaçadas de cegueira", explica Lyndon Da Cruz, do Moorfields Eye Hospital, e que conduziu a cirurgia inicial.

'Viável'

A equipe trabalhando em Moorfields recebe apoio financeiro da empresa farmacêutica Pfizer.
Não é a primeira vez que cientistas usaram células-tronco em tratamentos de cegueira. Em 2012, pacientes com a doença de Stargardt, que também é marcada pela degeneração da visão, foram injetadas com embriões em experimentos nos EUA e na Grã-Bretanha, que também envolveram uma equipe de Moorfields.

BBC
Image captionPacientes com a degeneração sofrem danos à visão central

O hospital londrino também tem um programa em que 40 pacientes com degeneração macular receberam tratamento com células tiradas dos próprios olhos.
"Vimos alguns casos impressionantes de recuperação, com algumas pessoas conseguindo voltar a ler e a dirigir. E essa recuperação tem sido sustentada por anos", explica Da Cruz.
O médico, no entanto, ressalta que o uso de células dos próprios pacientes é complexo e traz riscos, o que explica o fato de o novo estudo usar as células-tronco, que podem produzir um suprimento ilimitado de células.
Estudos em animais mostraram, segundo Da Cruz, que o uso dos "remendos" é viável. Mas até que conheçam os primeiros resultados dos testes em humanos, seu funcionamento em humanos permanece uma incógnita.
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Porque é que alguns fumadores são saudáveis?


Uma equipa de investigadores concluiu que existem certos tipos de perfis de ADN com menores riscos para doenças pulmonares, mesmo expostos a fatores adversos como o tabaco.


São muitas as histórias sobre pessoas com as mais variadas doenças pulmonares e que nunca tocaram num cigarro na vida. E, outras, que fumaram a vida toda, nunca tiveram um problema nos pulmões. Muitos se questionam como é possível estes tipos de casos acontecerem. E muitos dos fumadores utilizam-nos como justificação para continuarem a fumar.

Um grupo de cientistas britânicos formado pelo Conselho de Pesquisa Médica afirma, e segundo relata o Guardian, que são fatores genéticos que permitem algumas pessoas manterem os seus pulmões saudáveis apesar de uma vida inteira a fumar. A mesma equipa explicou que as investigações em fumadores que sobreviveram ao vício até idade avançada podem ser fundamentais para melhorar o tratamento de casos como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Para além disto, estas pesquisas podem ajudar as pessoas a deixar de fumar.

Os professores Ian Hall, da Universidade de Nottingham, e Martin Tobin, da Universidade de Leicester, que lideraram a equipa de investigadores, concluíram que certos perfis de ADN possuem um menor risco de DPOC que outros, mesmo expostos a fatores adversos como o tabaco. Da mesma maneira, existem certos tipos de ADN que têm um risco maior de contrair DPOC. Esta situação pode explicar porque existem pessoas com esta ou outras doenças pulmonares mesmo sem nunca terem fumado um cigarro.
Apesar de tudo, e desenganem-se os fumadores, o tabaco, mesmo para que tem um perfil de ADN resistente às doenças pulmonares, continua a ser um hábito de risco. Quem o diz é Martin Tobin, citado pelo Guardian: “Fumar é o maior risco para a DPOC. Muitos, ainda que nem todos, os fumadores desenvolvem a doença.” Por isso o mesmo professor avisa que “parar de fumar é a melhor maneira de prevenir doenças como a DPOC, cancros e doenças cardíacas.”

Para chegarem a estas conclusões, os cientistas analisaram os dados genéticos do Banco Biológico do Reino Unido, que tem o perfil médico de 500 mil pessoas, com idades entre os 40 e os 69 anos. Deste meio milhão, a equipa escolheu 50 mil pessoas com base no seu estado pulmonar e se era ou não fumador.
A comparação destes fatores com 28 milhões de variantes genéticas em cada participante permitiu encontrar partes do genoma humano que nunca tinham sido associados à saúde pulmonar. Para além disto, foram descobertos, pela primeira vez, cinco secções do ADN que estão relacionados com o fato de se ser fumador ativo.

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