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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Partículas subatômicas

Partículas subatômicas

Na Antiguidade, pensadores gregos já diziam que a matéria é composta de minúsculas partículas indivisíveis. Mas os átomos só são aceitos como realidade no início do século XX. Nos 100 anos seguintes, a física mergulha no universo subatômico e descobre partículas cada vez menores e com propriedades surpreen-dentes. Algumas das principais partículas reconhecidas pela física atual são:

Elétron
Partícula que circunda o núcleo atômico, é identificada em 1897 pelo inglês Joseph John Thomson. O elétron tem carga elétrica negativa e é o responsável, por exemplo, pela corrente elétrica que recebemos em nossa casa.


Fóton
É a partícula que carrega a força eletromagnética, que pode manifestar-se na forma de luz visível e radiações com outros comprimentos de onda, como raios X, raios gama, ultravioleta ou infravermelhos. O físico alemão Albert Einstein, em 1905, usa o comportamento da luz como partícula para descrever o efeito fotoelétrico, pelo qual recebe o Prêmio Nobel em 1921. O fóton não possui massa.


Neutrinos
Partículas de massa dezenas de milhões de vezes menor que a de um elétron. Os neutrinos interagem tão pouco com outras partículas que é muito difícil detectá-los.


Nêutron 
Constitui o núcleo atômico, ao lado dos prótons. O nêutron não tem carga elétrica e é estável quando está preso no núcleo. Mas, se isolados, desintegram-se. Os nêutrons são formados por quarks e gluons, partículas elementares que interagem fortemente.


Próton
Compõe, com o nêutron, o núcleo atômico, com carga elétrica positiva. Todo elemento químico tem pelo menos um próton em seu núcleo. O próton, com massa similar ao nêutron, é 2 mil vezes mais pesado que o elétron. Um próton é feito de partículas ainda menores, chamadas quarks e gluons.


Quarks
São os tijolos fundamentais da matéria, juntamente com os elétrons. Existem seis tipos de quark. Os quarks up e down formam os prótons e nêutrons.




#sergiorbtorres

Forte abraço,

Prof. Sérgio Torres

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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PROVÁVEL METEORITO ILUMINA OS CÉUS DE RECIFE E CAI EM MARAGOGI







Um clarão no céu da Região Metropolitana do Recife e de algumas cidades do estado na noite da quarta-feira (15) deixou moradores impressionados. Segundo a Sociedade Astronômica do Recife (SAR), a alta luminosidade foi provocada por um bólido, um grandemeteoro que possivelmente veio de uma chuva de meteoros da constelação de Orion. Para o Observatório Alto da Sé, em Olinda, o bólido pode ser formado por um meteoro ou lixo espacial. Na manhã desta quinta-feira (16), os comentários nas redes sociais sobre o fenômeno eram recorrentes e muitas pessoas afirmavam também terem visto o clarão no interior de Pernambuco, na Paraíba, Alagoas e no Rio Grande do Norte.
Nas imagens das câmeras de monitoramento da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) é possível ver o exato momento em que o clarão toma conta do céu, às 22h19 da noite da quarta-feira. As imagens mostram a Avenida Agamenon Magalhães, uma das principais vias do Recife, na área central da cidade [ver vídeo acima]. O vídeo mostra o fenômeno duas vezes, sendo a segunda em câmera lenta.

De acordo com o coordenador do Observatório Alto da Sé, Alexandre Evangelista, a queda do bólido foi registrada por volta das 22h30 e foi possível ver na RMR e outras localidades do estado. "Não temos registros porque foi tarde e em dia de semana. Chamamos de bólido quando pode ser proveniente de um meteoro ou lixo espacial. Para ter a confirmação é preciso fazer um estudo das imagens, checar se ficaram vestígios sólidos no solo", afirma. Também chamado de bola de fogo, o fenômeno foi visto pela última vez pelo Observatório em 2012. "Caiu próximo da praia de Maragogi, em alto mar. Foi visível no sul da Paraíba, Pernambuco e até Alagoas", lembra Evangelista.

Entenda os termos utilizados pelos astrônomos
Meteoroide Qualquer corpo sólido oriundo do espaço, que pesa em torno de miligramas até alguns quilos e que pode variar do tamanho de uma ervilha ao de uma bola de futebol. Com isso, ao penetrar naatmosfera, o aquecimento devido ao atrito com os gases produz a luminosidade que chamamos de meteoro. Se por acaso esse corpo consiguir sobreviver à vaporização e tocar o solo, chamamos a pedra final de meteorito.
Bólido A vaporização dos meteoroides na atmosfera produz um rastro luminoso de curta duração e um rastro ionizado de longa duração. Alguns desses corpos têm tamanhos maiores o suficiente para produzirem um rastro com aspecto de uma bola de fogo, conhecidos como fireball (bola de fogo) ou bólidos. Geralmente os bólidos chegam a explodir e são acompanhados por grandes estrondos parecidos com trovões e de um grande clarão azul, como o que foi visto. Os relatos vieram do Agreste ao Litoral pernambucano e também de outros lugares, como Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. É um evento natural e que ocorre a uma altura de aproximadamente 60 quilômetros acima do solo, na alta atmosfera.
Chuva de meteoros Orionídea No mês de outubro acontece a Chuva de Meteoros Orionídea, que parece vir da constelação de Órion, onde estão as populares “Três Marias”. Essa chuva tem início próximo ao dia 14 e se estende até o dia 29. O seu máximo acontece nas noites dos dias 20 e 21 de outubro. Provavelmente o bólido que foi visto na noite da quarta está relacionado a essa chuva.
Fonte: Sociedade Astronômica do Recife (SAR)
Segundo astrônomo Everaldo Faustino, da SAR, o bólido era composto por um meteoro. Ele conta que os meteoros costumam cair todos os dias, mas não com essa magnitude de brilho. “O que conhecemos por estrela cadente são, na verdade, meteoros se desprendendo de constelações, ou se deslocando no espaço. O bólido é nada mais que um grande meteoro. Devido à grande velocidade que ele entrou na atmosfera, eles aquecem, tem o impacto e o contato com o ar daqui, que é diferente do vácuo onde eles estavam. Ele atinge uma temperatura alta e, a partir disso, eles emitem luz”, explica.

Alguns podem atingir o tamanho de um carro, mas o bólido que caiu na quarta deve ter um tamanho pequeno, segundo Faustino. “A gente não sabe se ele chegou a cair no solo ou se veio fragmentado, se desintegrou. Não é comum cair em zonas urbanas, temos pouquíssimos relatos de terem caído em cima de casas ou pessoas. É provável que esse, se tiver caído, tenha caído no mar”, aponta o astrônomo.

Ainda de acordo com Everaldo Faustino, não é comum a queda de um bólido, principalmente com o brilho do que foi registrado. “Pesquisadores já tinham visto a data específica que iria ter uma chuva de meteoros, a chamada orionídeo”, afirma. Ele explica que o radiante – ponto onde os meteoros “nascem” – dos orionídeos é a constelação de Orion, à qual a chuva faz referência. “Existem várias chuvas de meteoros no ano, mas tem algumas que são excepcionais, como o orionídeo. A gente não esperava que caíssem com essa intensidade de brilho”, conclui o astrônomo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Bandeira Brasileira

Bandeira nacional

BRASIL BANDEIRA
Crédito: AA
 
A bandeira do Brasil foi projetada em 1889, por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares. É inspirada na bandeira do Império, desenhada pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret, com a esfera azul-celeste e a divisa positivista “Ordem e Progresso” no lugar da coroa imperial. Dentro da esfera está representado o céu do Rio de Janeiro, com a constelação do Cruzeiro do Sul, às 8h30 de 15 de novembro de 1889, dia da proclamação da República. Em 1992, uma lei alterou a bandeira, para permitir que todos os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal estivessem representados por estrelas. O Dia da Bandeira é comemorado em 19 de novembro, data em que ela foi adotada em 1889.

Como símbolo da pátria, a Bandeira Nacional fica permanentemente hasteada na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Mesmo quando é substituída, o novo exemplar deve ser hasteado antes que a bandeira antiga seja arriada. O hasteamento e o arriamento podem ser feitos a qualquer hora do dia ou da noite, mas, tradicionalmente, a bandeira é hasteada às 8 horas e arriada às 18 horas. Quando permanece exposta durante a noite, deve ser iluminada.


Quanto às estrelas dispostas na bandeira brasileira, elas não são uniformes e cada uma possui um significado. Cada estrela presente na Bandeira representa um Estado brasileiro, além disso, todas possuem a mesma configuração, todas têm cinco pontas. Outro item que difere uma estrela da outra é quanto ao tamanho, existem cinco tamanhos distintos.

A distribuição das estrelas na bandeira brasileira foi feita a partir das características do céu do Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1889.

A estrela Spica se encontra acima da faixa que expressa “Ordem e Progresso” e representa o Estado do Pará, que no ano de 1889 correspondia ao maior território acima do paralelo do Equador. O Distrito Federal é representado pela estrela do tipo sigma do Octante.
Estados
Significado
ACREGama da Hidra Fêmea
AMAPÁBeta do Cão Maior
AMAZONASProcyon (Alfa do Cão Menor)
PARÁSpica (Alfa de Virgem)
MARANHÃOBeta do Escorpião
PIAUÍAntares (Alfa do Escorpião)
CEARÁEpsilon do Escorpião
RIO GRANDE DO NORTELambda do Escorpião
PARAÍBACapa do Escorpião
PERNAMBUCOMu do Escorpião
ALAGOASTeta do Escorpião
SERGIPEIota do Escorpião
BAHIAGama do Cruzeiro do Sul
ESPÍRITO SANTOEpsilon do Cruzeiro do Sul
RIO DE JANEIROBeta do Cruzeiro do Sul
SÃO PAULOAlfa do Cruzeiro do Sul
PARANÁGama do Triângulo Austral
SANTA CATARINABeta do Triângulo Austral
RIO GRANDE DO SULAlfa do Triângulo Austral
MINAS GERAISDelta do Cruzeiro do Sul
GOIÁSCanopus (Alfa de Argus)
MATO GROSSOSirius (Alfa do Cão Maior)
MATO GROSSO DO SULAlphard (Alfa da Hidra Fêmea)
RONDÔNIAGama do Cão Maior
RORAIMADelta do Cão Maior
TOCANTINSEpsilon do Cão Maior
BRASILIA (DF)Sigma do Oitante

GUIAS ALIMENTARES

Guias alimentares

A boa nutrição depende de uma dieta regular e equilibrada – ou seja, que tenha em variedade e quantidade as substâncias importantes para o bom funcionamento do corpo. Os guias alimentares mais conhecidos são as pirâmides alimentares. No Brasil, o Ministério da Saúde (http://portalsaude.saude.gov.br) divulga uma série de recomendações para uma dieta saudável. Segundo o órgão, a base da alimentação devem ser os carboidratos complexos. A sugestão é ingerir seis porções diárias de cereais (de preferência integrais), tubérculos e raízes, que têm de representar entre 45% e 65% do valor energético das refeições. Já os carboidratos simples (açúcares simples ou livres), fontes apenas de energia, devem totalizar menos de 10% do valor energético das refeições, pois seu consumo excessivo está relacionado ao risco de obesidade e a outras doenças crônicas. Frutas, legumes e verduras – que são fontes ricas de vitaminas e minerais – devem ser consumidos em pelo menos três porções, que equivalem a 400 gramas. Esses alimentos ajudam a controlar o peso e reduzem o risco das doenças crônicas. O cardápio inclui, ainda, uma porção de feijão ou de outro vegetal rico em proteína.

Na quantidade adequada, o tradicional arroz com feijão brasileiro fornece boa quantidade de proteína. Leite e derivados devem ser consumidos em três porções diárias para uma adequação de cálcio; carnes e ovos, em uma porção; gorduras e açúcar, em uma porção. Por fim, o Ministério propõe beber 2 litros de água por dia e restringir a ingestão de sal a 5 gramas diárias.

TECNOLOGIA

Tecnologia

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Celulares - Exemplo de solução tecnológica para o problema da comunicação a distância
Crédito: Alessandro Shinoda/FOLHAPRESS 


Os estudiosos debatem há tempos as fronteiras entre ciência e tecnologia. Pela definição clássica, tecnologia é a aplicação prática do conhecimento científico em produtos e processos utilizados para a solução de problemas do dia a dia. Enquanto a ciência busca compreender o mundo natural, a tecnologia tenta fazer uso das forças e dos elementos que atuam nesse mundo ou controlar suas manifestações. Se a ciência é movida pela curiosidade humana, a tecnologia avança impulsionada pelas necessidades da sociedade. 

Entretanto, a tecnologia não é um subproduto da ciência e, no decorrer da história, desenvolveu-se em grande parte independentemente dela. As pontas de lança criadas pelos ancestrais do homem mais de 2,5 milhões de anos atrás, por exemplo, não nasceram de um conhecimento científico, mas da prática cotidiana da caça. Até a Idade Média, a ciência era especulação filosófica reservada a poucos pensadores da aristocracia, enquanto a tecnologia fazia parte do mundo prosaico dos artesãos. Mas, a partir da era das grandes navegações, a combinação de ciência e tecnologia mostrou ser capaz de render muito na conquista de colônias e no enriquecimento das nações.

A partir de então, ciência e tecnologia estão intimamente entrelaçadas, uma sempre alimentando a outra. A história da astronomia é um exemplo disso. No início do século XVII, a tecnologia inovadora do telescópio nas mãos de Galileu deita por terra toda uma concepção de cosmo que datava da Antiguidade e comprova o modelo heliocêntrico de Copérnico. Do mesmo modo, a invenção e o aperfeiçoamento do microscópio, nos séculos XVI e XVII, revelam o mundo até então invisível das células e dos microrganismos.

A história registra várias épocas de explosão tecnológica, como o Renascimento e a Revolução Industrial. Porém, nada se compara ao período que começa no século XX. No último século, a humanidade testemunha mais avanços tecnológicos do que nos 5 mil anos anteriores. Invenções como o avião, a eletrônica e a microeletrônica, os antibióticos, os alimentos transgênicos e os exames de DNA criam uma nova sociedade, que, de um lado, vive com facilidades jamais imaginadas e, de outro, põe em risco o meio ambiente e a própria existência.

Continente Pobre mas altamente cobiçado

Um Continente Pobre e Cobiçado

Rica em recursos naturais, a África recebe pesados investimentos estrangeiros, mas ainda enfrenta conflitos sangrentos, miséria e doenças



Pelo Petróleo - Soldados do Sudão do Sul comemoram a retomada da cidade de Malakal, rica em petróleo, em março de 2014: ela fora tomada pelos guerrilheiros
Crédito: Ivan Lieman/AFP

Mais jovem nação do planeta, o Sudão do Sul vive desde o final de 2013 uma sangrenta guerra civil que causa milhares de mortes e obriga mais de 1 milhão de pessoas a deixarem suas casas. Nos três primeiros meses deste ano, cerca de 320 mil sul-sudaneses se refugiam em Uganda, o vizinho do sul, evento classificado como um dos maiores êxodos da África em tão pouco tempo pela Organização das Nações Unidas (ONU). O motivo da violência é um conflito étnico que opõe dois grupos rivais: os dinkas, do qual faz parte o presidente Salva Kiir, e os nuers, etnia liderada pelo vice-presidente deposto Riek Machar. Numericamente inferiores, os nuers se sentem desfavorecidos na divisão de cargos políticos e na distribuição das terras, e decidem pegar em armas para depor o governo.

O pano de fundo do conflito, porém, parece ser mesmo o controle das grandes reservas de petróleo, localizadas principalmente na região de Abyei, no norte do território. Elas respondem por grande parte das receitas do novo país africano. O Sudão do Sul é uma das nações mais pobres do mundo e tornou-se independente apenas em julho de 2011, após uma guerra civil de mais de meio século. O novo país ficou com 75% das reservas de petróleo descobertas no antigo Sudão, mas depende dos oleodutos existentes no vizinho do norte para exportar seu óleo. Os conflitos são tão violentos que as Nações Unidas mantêm duas missões militares de paz no país, uma para tentar frear a guerra civil generalizada, outra nos conflitos em Abyei.

Assim como ocorre no Sudão do Sul, o petróleo tem importância central para a economia de boa parte do continente africano. Os dois maiores produtores regionais, Nigéria e Angola, obtêm mais de 90% de suas receitas com a exportação do recurso. Estimativas apontam que possam ser extraídos dos campos petrolíferos africanos mais de 130 bilhões de barris, cerca de 8% das reservas mundiais. Os depósitos de óleo e gás localizam-se principalmente no norte do continente (África Setentrional) e nas nações do Golfo da Guiné, na costa oeste.

Interesse estrangeiro

Juntamente com o petróleo, outros minérios estratégicos fazem da África um território cobiçado para países dependentes de matérias-primas como a China e os Estados Unidos (EUA).

A extração e exportação de minerais valiosos, como estanho, cobalto, níquel, cromo e ouro, é o motor do crescimento de diversos países, entre eles Moçambique, África do Sul, República Democrática do Congo, Tanzânia e Zâmbia. A produção agrícola no continente, farto em terras aráveis, também atrai o interesse internacional, o que poderá contribuir para diminuir a fome na região.

A corrida por esses recursos tem atraído vultosos investimentos de multinacionais dos EUA, da Europa e de nações emergentes da Ásia, principalmente China e Índia. Ávidos por petróleo e minérios os chineses desenvolvem projetos de infraestrutura, mineração, hidrelétricas, petróleo e gás natural em mais de 30 nações do continente, incluindo um oleoduto de 1,5 mil quilômetros no Sudão. Desde a virada do século, em 2000, o comércio da China com os países africanos cresce mais de 20 vezes, chegando a 198,5 bilhões de dólares em 2012. Hoje, o gigante asiático é o principal parceiro comercial do continente, superando os EUA desde 2009.
Os EUA, por sua vez, estão desenvolvendo uma ofensiva diplomática, militar e comercial para elevar sua influência na África. Atualmente, o país já importa da região cerca de 15% do petróleo que consome. Um oleoduto de mais de mil quilômetros leva o petróleo do Chade, no centro do continente, para o porto de Kribi, em Camarões, de onde é transportado para os EUA. Num esforço para se contrapor à crescente influência chinesa, o governo norte-americano anuncia em 2012 um plano de ajuda de 3 bilhões de dólares para incentivar a agricultura na África e compromete-se com uma “nova estratégia” para a África Subsaariana, enquanto procura firmar acordos preferenciais de comércio com cada país africano de interesse.

Na última década, o Brasil também se torna um grande parceiro comercial da África. Empresas nacionais, como a Vale, a Petrobras e as construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa passam a atuar diretamente por lá. De olho no potencial do continente, nosso país intensifica esforços para construir relações mais estreitas com as nações africanas, e o comércio com a região sobe de cerca de US$ 4 bilhões em 2000 para US$ 20 bilhões dez anos depois. Uma das medidas adotada pelo governo brasileiro para facilitar a aproximação é renegociar a dívida externa de alguns países do continente com o Brasil e dar apoio técnico e científico em agricultura e saúde.

Ciclo de crescimento

A nova onda de exploração de minérios raros e petróleo tem gerado crescimento econômico. O Produto Interno Bruto (PIB) da África Subsaariana, a área mais pobre no mundo, cresce a uma taxa média de 4,5% ao ano entre 1995 e 2013. Depois de um aumento de 4,7% em 2013, estimativas apontam que o PIB da África Subsaariana deve crescer 5,2% este ano e 5,4% em 2015.
E alguns países, como Serra Leoa, Chade, Moçambique e Sudão do Sul, devem superar 8% ao ano. O investimento estrangeiro direto na África atinge US$ 43 bilhões em 2013, quase 20% a mais do que no ano anterior, segundo o Banco Mundial.

As duas Áfricas

Em termos geográficos e humanos, o continente africano apresenta duas grandes regiões: a África Setentrional e a África Subsaariana. O limite natural entre ambas é o Deserto do Saara, que ocupa um terço de todo o território africano. Imediatamente ao sul do deserto, há uma faixa semiárida conhecida como Sahel, que faz parte da África Subsaariana. O Sahel tem vegetação de estepes, o que em princípio favorece a agricultura, mas sofre com secas prolongadas, que castigam os países da área.

- A África Setentrional, ou norte da África, é formada por seis países (Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e Djibuti) de clima desértico e população predominantemente árabe. A partir de dezembro de 2010, revoltas internas na Tunísia, Egito e Líbia derrubam governos autoritários e impulsionam reformas na região. São os movimentos da Primavera Árabe.

- A África Subsaariana reúne 48 nações de população predominantemente negra, com hábitos, religiões e idiomas distintos dos encontrados no norte do continente. Apesar do recente desenvolvimento econômico nessa região, há evidências de que o progresso beneficia principalmente o conjunto mais abastado da população de cada país. A luta contra a pobreza, segundo variados indicadores, ainda está longe de ser vencida. Os 936 milhões de habitantes da África Subsaariana correspondem a 13% da população do planeta, mas todas as riquezas geradas pelos países da área somam somente 1,56 trilhão de dólares em 2013, 2,1% do PIB mundial.

Outro indicador que revela a fragilidade social da região é a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, referência utilizada pelo Banco Mundial. Praticamente metade dos africanos subsaarianos (exatos 48,5%) sobrevive com menos de 1,25 dólar por dia em 2010. Das 46 nações no mundo classificadas com baixo índice de desenvolvimento humano (baixo IDH), 34 pertencem à África. As duas últimas posições do ranking são ocupadas pelo Níger, assolado por uma forte seca, e pela República Democrática do Congo, devastada por conflitos internos.

A partilha do continente

Os regimes ditatoriais, a corrupção, a falta de transparência dos gastos públicos e o grande número de conflitos internos são fortes entraves para o desenvolvimento político e social africano. A África Subsaariana é a região em que a ONU concentra a maior parte de suas forças de paz. Em junho de 2014, há 78 mil soldados espalhados por nove missões em sete países: Mali, Libéria, Costa do Marfim, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Sudão e Sudão do Sul.

Grande parte dos atuais confrontos na África tem origem na intervenção estrangeira no continente. Desde o século XV, a África é subjugada e espoliada pelos europeus. Durante quase quatro séculos, Portugal, Espanha e Inglaterra levaram negros africanos escravizados para ser mão de obra no continente americano. Estima-se que cerca de 12,5 milhões de africanos tenham desembarcado à força nas Américas. Só no Brasil, estima-se que o número de negros escravizados foi de 4 milhões a 5 milhões.

Mesmo controlando o tráfego negreiro, os europeus mantinham presença discreta no continente, limitada a entrepostos comerciais na região costeira. Isso permitiu à África manter uma dinâmica social própria, com estados, reinos e impérios autônomos. Porém, no final do século XIX, no auge da Revolução Industrial, as potências europeias iniciaram uma corrida imperialista para controlar as matérias-primas e novos mercados para seus produtos manufaturados. Para resolver os desentendimentos, ocorre a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885. Nela, as principais nações europeias definem uma partilha do continente e criam fronteiras artificiais para suas colônias, sem levar em conta as diferentes etnias que vivem no território.Mantiveram-se independentes apenas a Libéria – fundada por ex-escravos norte-americanos – e a Etiópia, uma antiga monarquia.

Após a II Guerra Mundial (1939-1945), o modelo colonial europeu entra em decadência, e crescem os movimentos de independência das colônias. Isso ocorre no cenário da Guerra Fria, em que EUA e União Soviética disputam a hegemonia no cenário global e buscam ampliar sua influência na região. Em muitos casos, o processo de independência transcorre sem guerras. Porém, nações colonizadas como Argélia (pela França), República Democrática do Congo (Bélgica) e Angola (Portugal) enfrentam guerras duríssimas para conquistar a autonomia.


Conflitos


Epidemias - Pacientes esperam atendimento em Marka, no Mali, durante ocorrências de cólera e dengue
Crédito: Tobin Jones/UN Photo

Criados artificialmente, os novos Estados careciam de um autêntico sentimento de identidade e unidade nacional. Em pouco tempo, começaram violentas disputas pelo poder, sucedidas por golpes e ditaduras militares, que ainda marcam o cenário até hoje. Confira a situação de alguns países africanos abalados por conflitos.

• Mali Grupos tuaregues do norte do país, aliados a facções islâmicas, pegam em armas para ter autonomia. Entre 2012 e 2013, eles tomam várias cidades e provocam a fuga de mais de 500 mil pessoas. A França, que colonizou o país, inicia em janeiro de 2013 uma ação militar com 4 mil soldados e bombardeia a região. Em meados deste ano, mil militares franceses ainda permaneciam no país para atuar em ações de combate ao terrorismo.

• Somália Após duas décadas de caos político e institucional, praticamente sem poder central, o país finalmente conta, a partir de 2012, com um presidente, o islamita moderado Hassan Sheikh Mohamud, reconhecido pelas principais potências globais. Desde 1991, a Somália é palco de uma feroz disputa entre clãs rivais e, mais recentemente, entre milícias islâmicas radicais e o governo. Os terroristas da Al Shabab, ligada à Al Qaeda, dominam regiões ao sul do país, mas vêm perdendo terreno para as tropas oficiais. 

Há também o movimento por autonomia de duas províncias, Somalilândia, no norte, e Puntland, no leste. A fragilidade do poder central facilita a ação de piratas no Oceano Índico e no Mar Vermelho, por onde é transportado grande parte do petróleo produzido no Oriente Médio. A partir de 2013, os ataques caem sensivelmente por causa do incremento na segurança dos navios e das operações antipirataria.

• Sudão O país que foi desmembrado em 2011 e teve parte de seu território transformado no Sudão do Sul, enfrenta um conflito separatista em Darfur, no oeste, que já deixou mais de 300 mil mortos e provocou o deslocamento de 2,6 milhões de pessoas. Iniciados em 2003, os confrontos são motivados pela disputa por terra, água e poder, e envolvem uma minoria nômade de criadores de animais (árabes sudaneses) e uma maioria de agricultores de tribos negras. A região possui uma missão militar de pacificação da ONU.

• Costa do Marfim Maior produtor e exportador mundial de cacau, o país vive uma guerra civil, entre 2002 e 2004, com contornos étnico-religiosos. Ela opõe o centro-sul, mais rico e de maioria cristã e animista, ao norte, muçulmano, menos desenvolvido e marginalizado do poder central. A tensão explode novamente após as eleições de 2010, quando o presidente Laurent Gbagbo nega-se a entregar o poder ao candidato vitorioso, Alassane Ouattara, do norte. A decisão gera nova escalada de violência, que deixa mais de 3 mil mortos. Em 2011, forças rebeldes, com ajuda de militares franceses, prendem Gbagbo, que é extraditado para Haia, na Holanda, para ser julgado por crimes contra a humanidade. Em seguida, a Corte Constitucional reconhece a vitória de Ouattara. Após longo período marcado pelo retrocesso econômico, causado pelas duas guerras civis, a Costa do Marfim cresce mais de 9% em 2012 e 2013.

• Nigéria Maior produtor de petróleo e mais populoso país do continente, a Nigéria diz que sua economia superou a da África do Sul e tornou-se a maior do continente em 2013, afirmação ainda não confirmada internacionalmente. Apesar disso, mais da metade de sua população vive na pobreza e as diferenças na distribuição de renda entre o norte (de maioria muçulmana) e o centro-sul (cristão e animista) são motivos de conflito. O problema mais grave é a ação do grupo radical islâmico Boko Haram, que defende a criação de um estado islâmico e realiza assassinatos, atentados, sequestra e escraviza mulheres.

• República Democrática do Congo Seis países (Angola, Uganda, Ruanda, Burundi, República Centro-Africana e Namíbia) e vários grupos guerrilheiros se envolveram na guerra civil da República Democrática do Congo (RDC), iniciada em 1998, motivada pela disputa por riquezas minerais. Após um frágil acordo de paz assinado em 2003, os confrontos irrompem com maior intensidade em 2008. Quatro anos depois, a entrada do grupo M23, composto de antigos rebeldes que integram o Exército, gera mais instabilidade. Em novembro de 2013, os 1.700 combatentes do grupo depõem as armas e iniciam conversações de paz. Estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas tenham morrido no conflito, o mais sangrento desde a II Guerra Mundial.

Doenças

A África Subsaariana é assolada por doenças graves e epidemias, resultado da miséria, desnutrição e fome, falta de saneamento básico e estruturas de atendimento em saúde. A aids martiriza os africanos. A incidência da doença, responsável por pelo menos 1 milhão de mortos anualmente desde 1998, faz a expectativa de vida diminuir cerca de 30 anos nos países mais afetados, como Botsuana, Lesoto, Suazilândia e Zimbábue. Em 2013, a África Subsaariana registra 70% dos contaminados no mundo. Um em cada 20 adultos na região vive com o HIV, o vírus causador da doença. A região é prioritária na atuação do Programa das Nações Unidas para a Aids, Unaids.

A malária também é endêmica. Em 2012, cerca de 560 mil africanos morrem em decorrência da doença, o que representa 90% dos óbitos mundiais.

A região também apresenta a maior quantidade mundial de casos de sarampo, poliomielite e cólera, e atualmente é vítima do pior surto de ebola da história. No primeiro semestre de 2014, 470 pessoas morrem contaminadas pelo vírus de ebola, na região oeste.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A Visita

Às 10h da manhã, o telefonema.

Com seus 54 anos dos quais 40 viveu sob o marco de uma depressão profunda, doença que escondera de todos. Ia a médicos e tomava os remédios, mas nada. Mesmo assim teve uma carreira e  iniciou uma família, era um professor e um bom pai.

Após o divórcio ele perdeu o contato íntimo com filhos, família e amigos. Perdeu-se num mundo que a esta doença implacável e a separação criara. Não dispunha mais da noção do tempo e a vida não perdoara nenhum segundo perdido.

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Naquela madrugada, anterior ao que seria a sua grande surpresa,  o sofrimento e a agonia, suas únicas companheiras, já eram tão naturais que faziam parte da sua vida. Convivendo naturalmente com esta depressão profunda que era sua vida agora. Doença maldita e terminal que encontra seu fim diante do cano de uma arma, através de pulsos cortados ou talvez num pulo do topo de um prédio,  como se num voo todo sofrimento pudesse desaparecer.

Mesmo assim esperou, esperou décadas, a esperança e desespero conviviam lado a lado lutando entre si por toda sua vida. Mas, a esperança, a vencedora, veio de através de um filho que ele tivera há mais de 20 anos. Este decidiu utilizar um aparelho tecnológico simples e quase ultrapassado hoje em dia, um telefone.

Aquele telefonema parou por instantes o pesadelo, o tirou, por momentos, de um mundo perdido. 

Não é comum o filho salvar o pai quando o natural é exatamente o oposto.

Mas, este filho era diferente, era forte e psicologicamente independente. Não se importara com os preconceitos e preceitos que empurram os filhos a mostrarem que o seu pai é um herói, um porto seguro e um motivo de orgulho. Ao contrário, ele decidiu dar a mão a quem, deveria naturalmente fazer o oposto.

Teve coragem de ver que o pai é um ser humano igual a todos os outros. Viu nele um amigo, um grande amigo, o melhor amigo  que necessitava de uma mão corajosa e de ajuda. 

O filho talvez nem fizesse ideia que este gesto resgataria seu pai de um pesadelo e de um isolamento incomum de anos, mas o que isso importa? A essência é, na realidade, a atitude.

E este fato heroico veio, talvez, através dos valores que recebera durante os poucos anos nos quais teve convivência com o pai, desde que nasceu, quem sabe?

Durante anos a fio o pai trabalhou dando aulas, eram 16 por dia, 6 pela manhã, 6 à tarde e 4 à noite. Ao chegar em casa, naturalmente cansado por ter ficado em pé durante todo o dia à frente de "estranhos" e os ajudando a ter um futuro melhor, tinha forças para contar historias de dormir e depois ainda voltar à labuta e preparar aulas, corrigir provas, dormir poucas horas para começar tudo novamente no outro dia.

Mas, a semente fora plantada. O filho, agora um homem criado, crescido, tornou-se um homem de verdade e coragem. E quase duas décadas depois, demonstrou, através de um simples telefonema.

- alô
- alô
- pai?
- como?
- pai sou eu.
- quem?
- Eu, eu, eu: seu filho, tudo bem?
- ...............FILHO!!!!!!!

O engasgo era natural, o choro e a emoção daquele fato único o deixou atônito, sem fala e até surdo. Mesmo assim, diante do que seria seu resgate, em sua mente só veio uma pergunta e uma preocupação apenas: "filho, como você está?"

Não escutara a resposta, o nó na garganta não deixava, um minuto e este minuto durara 20 anos. Tinha que aproveitar cada segundo e saborear cada segundo da saída de seu tormento e resgatado por um herói, seu filho.

Logo após veio a conversa,  um longo e contínuo bate-papo entre  dois grandes amigos.

Marcaram a visita.

A visita salvou sua vida.

 

Humor - O que foi preciso para criar o universo e o planeta para você viver




domingo, 12 de outubro de 2014

LITERATURA O conjunto de trabalhos e movimentos através dos tempos


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                       GEORGE ORWELL O escritor inglês denuncia o estado totalitário 
                       no romance 1984 (Big Brother)- Crédito: BETTMANN/CORBIS 

Literatura é a arte de escrever textos em prosa ou verso. São gêneros da literatura a poesia, épica ou lírica, e a prosa, sob a forma de romance, novela, conto, crônica e texto dramático. Nestas duas páginas, apresentamos um panorama da literatura mundial; nas duas páginas seguintes, abordamos a literatura em língua portuguesa, cuja evolução histórica ocorre no contexto mundial, mas que aqui é separada para uma exposição mais didática.




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LIVRO DOS MORTOS - Os papiros do Egito Antigo são um dos primeiros escritos
Crédito: REPRODUÇÃO 

 Durante séculos de civilização, muitas histórias foram sendo transmitidas oralmente, o que torna difícil estabelecer qual a obra literária mais antiga do mundo. Entre as primeiras manifestações escritas está o Livro dos Mortos(em egípcio antigo, Livro de Sair para a Luz), designação dada a uma coletânea de rolos de papiros do antigo Egito datada do século X a.C., época do Império Novo,que se encerra em 1160 a.C. A obra, que recolhe textos mais antigos, pertencentes aoLivro das Pirâmides(Império Antigo) e aoLivro dos Sarcófagos(Império Médio), trazia feitiços, fórmulas mágicas e orações destinadas a orientar os mortos em sua jornada. A Epopeia de Gilgamesh, elaborada no segundo milênio a.C., na região da Mesopotâmia, é considerada o mais antigo texto literário que chegou aos nossos dias.




Epopeias (séculos VIII a.C.-II a.C.)

Duas das obras mais antigas conhecidas no Ocidente são as epopeias Ilíada e Odisseia, cuja autoria é atribuída ao poeta grego Homero, que narra episódios da Guerra de Troia e as façanhas dos heróis Aquiles e Ulisses (Odisseu, em grego). Mais tarde, desenvolvem-se o teatro e a poesia, com nomes como Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes. Esopo fica conhecido por suas fábulas e Heródoto, por registrar a história da Grécia.
Na Grécia clássica, os textos literários dividiam-se em três gêneros, que representavam as manifestações literárias da época:o épico, centrado na figura do herói; o dramático, destinado à representação cênica, na forma de tragédia ou comédia; e o lírico, centrado na subjetividade dos sentimentos. De acordo com Aristóteles, o primeiro gênero seria a palavra narrada, o segundo, a palavra representada e o terceiro, a palavra cantada.





Literatura romana (séculos I a.C-II d.C.)

Vários modelos literários, como a sátira, se devem à civilização romana. Entre os escritores desse período, destacam-se a poesia lírica de Horácio e Ovídio e a poesia épica de Virgílio, autor da Eneida, além de nomes como Sêneca, Lucrécio, Catulo e Cícero.




Estagnação bárbara (séculos III-X)

Após o esfacelamento do Império Romano, a Europa Ocidental é invadida por diversos povos bárbaros. A língua latina é preservada em mosteiros, mas não há desenvolvimento literário. As narrativas voltam a ser escritas, no Ocidente, a partir do século X. É o caso do poema Beowulf, que chega à Inglaterra em sua forma oral levado por invasores saxões.





Novelas de Cavalaria (século XI)

Depois de longo período de estagnação literária, aparecem as Canções de Gesta, de tradição oral, que contam aventuras de guerra – La Chanson de Roland é a mais conhecida. As novelas de cavalaria, como as lendas do rei Artur e do Santo Graal, são os gêneros de destaque na Idade Média.





Trovadorismo (séculos XII-XIV)

O florescimento da poesia palaciana deve-se aos trovadores, compositores de cantigas dirigidas a uma dama inatingível. Pratica-se também o gênero satírico, representado pelas cantigas de escárnio (crítica indireta) e de maldizer (crítica direta).



Humanismo (séculos XIV-XV)

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VISÃO DO PARAÍSO - Ilustração de Gustave Doré para A Divina Comédia, de Dante Alighieri
Crédito: REPRODUÇÃO / DEDOC

No fim da Idade Média, as transformações de ordem econômica, política e social levam ao surgimento de uma concepção humanista de mundo, que põe o homem como elemento central do pensamento. No Renascimento, a literatura retoma ideais da cultura grega e romana. Na Itália, berço do Renascimento, distinguem-se Dante Alighieri (A Divina Comédia), Giovanni Boccaccio (Decameron) e Francesco Petrarca, considerado o inventor do soneto, poema formado por 14 versos rimados em dois quartetos e dois tercetos.




Classicismo (século XVI)

No teatro, William Shakespeare destaca-se na Inglaterra, com uma extensa e refinada produção de dramas e comédias. Molière, na França, é reconhecido como um mestre da comédia satírica. Salientam-se também os franceses François Rabelais e Michel de Montaigne. Na Espanha, Miguel de Cervantes faz uma sátira das novelas de cavalaria e funda o romance moderno com o fidalgo de Dom Quixote de La Mancha.







Barroco (século XVII)

A estética barroca tenta conciliar opostos, como Deus e diabo, bem e mal, carne e espírito. Na literatura, o conflito traduz-se em figuras de oposição, bem como no exagero. Na França, a oratória sacra é representada por Jacques Bossuet. Na Espanha, destacam-se os poetas Luís de Gôngora e Francisco de Quevedo. Na Inglaterra, os expoentes são os poetas John Donne e John Milton.






Neoclassicismo (século XVIII)

O neoclassicismo coloca-se contra os excessos do barroco. Reflete a aversão do espírito iluminista ao obscurantismo religioso do século anterior. Na França, além de Denis Diderot e D’Alembert, organizadores da Enciclopédia, distinguem-se Jean-Jacques Rousseau, Montesquieu e Voltaire. Na Inglaterra, os destaques são os poetas Alexander Pope e William Blake e os romancistas Daniel Defoe e Jonathan Swift. Entre 1707 e 1717, surgem as primeiras traduções europeias dos contos de As Mil e Uma Noites, coletânea de histórias árabes – a obra se tornará um dos clássicos universais.








Romantismo (século XIX)

No romantismo, que predomina na primeira metade do século XIX, faz-se a apologia da liberdade de criação, com obras de grande subjetivismo. Os expoentes são os ingleses William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge, pioneiros do movimento, e os alemães Johann Wolfgang von Goethe, Friedrich Schiller, Novalis, Hölderlin e Heinrich Heine. No Reino Unido, destacam-se ainda os poetas Lord Byron, Percy Shelley e John Keats. Na França, os principais representantes são Victor Hugo, Honoré de Balzac e Stendhal. Nos Estados Unidos, Edgar Allan Poe aprimora a crítica literária e sobressai no conto e na poesia.





Realismo (século XIX)

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                                 Charles Dickens - Principal Romancista do realismo 
                                 britânico no século XIX        Crédito: JereMiah Gurney
 
Na segunda metade do século XIX, impera o realismo, que busca descrever a realidade de maneira objetiva. Na França, Gustave Flaubert publica Madame Bovary, considerado um marco do movimento. Na Inglaterra, destaca-se Charles Dickens. Os russos Fiodor Dostoievski, Nikolai Gogol e Leon Tolstói ganham proeminência mundial. Na obra O Romance Experimental, o francês Émile Zola expõe a teoria do naturalismo, que propõe a perspectiva científica na literatura. Nessa época, o francês Júlio Verne escreveu mais de 100 livros e é tido como o fundador do gênero ficção científica. Vertido em 148 línguas, Verne permanece até hoje como o autor mais traduzido da história, segundo pesquisa realizada pela Unesco.
A poesia do período é representada por duas escolas: o parnasianismo e o simbolismo. O primeiro defende o rigor formal, com nomes como o francês Théophile Gautier. Já o simbolismo valoriza as sugestões do subconsciente. O francês Charles Baudelaire é considerado o precursor dessa estética, na qual se distinguem ainda seus conterrâneos Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Stéphane Mallarmé.




Ceticismo e renovação (fim do século XIX-1930)

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ORIGINALIDADE - Ganhador do Prêmio Nobel em 1949, o norte-americano William Faulkner
Crédito: BIBLIOTECA DO CONGRESSO / EUA
 
A literatura é marcada por uma descrença nos valores sociais e morais e pela intensa busca de novos caminhos literários. Em língua inglesa, os ex-poentes são os irlandeses Oscar Wilde e William Butler Yeats, além do inglês Thomas Hardy e do norte-americano Henry James. Na Alemanha, Rainer Maria Rilke e Thomas Mann são os principais nomes. Na França, o destaque é Paul Valéry e a norte-americana Gertrude Stein, que adotaria esse país como residência permanente.
Vários autores defendem a liberdade de criação, em uma batalha contra o formalismo. Nos Estados Unidos, a renovação fica a cargo sobretudo de E.E. Cummings e Ezra Pound, na poesia, e de Ernest Hemingway e William Faulkner, no romance. Na Inglaterra, destacam-se T.S. Eliot e Virginia Woolf. O irlandês James Joyce (Ulisses) consagra-se pelo emprego do monólogo interior. Na França, os expoentes são Marcel Proust (Em Busca do Tempo Perdido) e o surrea-lista André Breton. Na Rússia, o poeta Vladimir Maiakovski é a voz da Revolução de 1917. Outro nome importante do início do século XX é o tcheco Franz Kafka.




Existencialismo (1930-1940)

A corrente filosófica que exerce grande influência é o existencialismo, na qual se destacam os franceses Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Albert Camus. Na Inglaterra, George Orwell, em 1984, expressa uma amarga previsão de futuro. Buscando um caminho alternativo ao pessimismo europeu, a dinamarquesa Isak Dinesen, pseudônimo de Karen Blixen, aventura-se no continente africano, de onde regressaria com seu romance mais famoso, -A Fazenda Africana.




Beatniks (década de 1950)

AA 2012_pag241 Henry Miller
HENRY MILLER - O escritor fez apologia à liberdade sexual em plena era macarthista
Crédito: LIBRARY OF CONGRESS
Nos Estados Unidos, o movimento beatnik, caracterizado pela revolta contra o status quo e pelas críticas ao consumismo, tem à frente os poe-tas Allen Ginsberg, Gregory Corso e Lawrence Ferlinghetti e os prosistas Jack Kerouac e William Burroughs.O movimento beatnik reverberaria, nos anos seguintes, em outros movimentos de contestação, como o hippie e o punk. Na mesma década, marcada nos EUA pela Guerra Fria e pelo movimento macarthista, Henry Miller choca a crítica com a apologia da liberdade sexual na trilogia Sexus, Plexus, Nexus. Também por seu conteúdo sexual, o romance Lolita, do russo Vladimir Nabokov, radicado nos EUA, causa intensa repercussão na crítica e no público. Outro autor norte-americano que surge nessa década é J. D. Salinger, autor do cultuado O Apanhador no Campo de Centeio.



Realismo Fantástico (décadas de 1960-1970)

A literatura latino-americana ganha destaque mundial. Expande-se o realismo fantástico, estilo dos argentinos Jorge Luis Borges, Adolfo Bioy Casares e Julio Cortázar e do colombiano Gabriel García Márquez, autor de Cem Anos de Solidão. Outros nomes importantes vinculados a essa corrente estética são o peruano Mario Vargas Llosa, os uruguaios Juan Carlos Onetti e Mario Benedetti e os mexicanos Juan Rulfo, Carlos Fuentes e Octavio Paz, este último poeta e ensaísta. Surgem nessa época os romances metalinguísticos, que questionam a natureza da própria ficção. O expoente dessa tendência é o italiano Italo Calvino.



Romances históricos (década de 1980)

O tipo de romance a um só tempo histórico, fantástico e crítico do português José Saramago ganha repercussão mundial com O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984). Na Itália, Umberto Eco publica outro romance histórico de sucesso, O Nome da Rosa. Ganham prestígio escritores vindos de ex-colônias ou filhos de imigrantes, como o indiano Salman Rushdie e o caribenho V. S. Naipaul.





Conflitos como tema (década de 1990)

Entre os destaques da década estão os norte-americanos Philip Roth, John Updike, Paul Auster, Gore Vidal e Thomas Pynchon. Distinguem-se, ainda, a sul-africana Nadime Gordimer, que aborda os conflitos raciais em seu país, o israelense Amós Oz e o chileno Roberto Bolaño. Alguns autores buscam interpretar a história contemporânea, como o alemão Günter Grass e os jornalistas norte-americanos Tom Wolfe e Gay Talese.



Contemporâneos (2000-2010)

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"50 Tons de Sucesso" -   A escritora britânica E.L.James, autora da sério sobe ao topo.
Crédito: Andrew H. Walker/Getty Images/AFP

Entre as novidades no cenário literário, despontam o escritor inglês Nick Hornby, o angolano Ondjaki, o moçambicano Mia Couto e o francês Michel Houellebecq. A década assiste, também, à consagração do turco Orhan Pamuk, do japonês Haruki Murakami, do sul-africano J. M. Coetzee e do austríaco Peter Handke. Em 2010, a inglesa J. K. Rowling, autora da série Harry Potter, recebe o Prêmio Hans Christian Andersen, o principal para obras infantojuvenis.



Prêmio Nobel de Literatura

Criado em 1901, por testamento do químico e industrial sueco Alfred Nobel, é concedido anual-mente a um escritor vivo pelo conjunto de sua obra e inclui generoso valor em dinheiro. Não houve premiação em alguns anos durante as duas guerras mundiais.A escolha é feita pela Academia Sueca de Letras. A lista completa de vencedores (veja abaixo) traz algumas das obras publicadas no Brasil de autores premiados a partir de 1990.
Em 2013, foi laureada a escritora canadense Alice Munro. É a primeira autora de contos a receber o prêmio. Uma das mais premiadas escritoras do Canadá, Alice Ann Laidlaw nasce em Wingham, área rural do estado de Ontário, filha de uma professora e de um fazendeiro. Aos 19 anos, publica seu primeiro conto,As Dimensões da Sombra, mas casa-se pouco depois, adota o nome de casada nas obras seguintes e muda-se para Vancouver, o que torna seus textos mais conhecidos no país. Em 1972, divorciada, volta para Ontário, já como autora divulgada por revistas locais e como autora residente da Universidade de Ontário Ocidental. Na mesma década, passa a colaborar com a prestigiada revista norte-americana The New Yorker, o que amplia seu público nos Estados Unidos ao longo dos anos. Uma das características de sua obra é centrar-se em espaços e tempos exclusivamente canadenses. No Brasil, tem publicados recentemente O Amor de Uma Boa Mulher, Felicidade Demais, e Fugitiva.





#sergiorbtorres

Forte abraço,

Prof. Sérgio Torres

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