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domingo, 27 de julho de 2014

Como foi deduzida a equação mais famosa da física? E = m.c²


Como foi deduzida a equação mais famosa da física? E = m.c²
                  Einstein imaginou um experimento com base no qual podemos deduzir que E = m.c².
A ideia consiste num cilindro oco, de massa M e comprimento L, inicialmente em repouso, e que emite um pulso luminoso de massa m no ponto P1, situado na base da esquerda. O pulso percorre o interior oco do cilindro e é reabsorvido, no ponto P2, na base da direita. 

Considerando o sistema mecanicamente isolado, pelo princípio da conservação da quantidade de movimento do sistema, ao emitir o pulso o cilindro recua de uma quantidade x. Depois, ao reabsorver o pulso, pelo mesmo princípio, o cilindro para e fica em repouso outra vez. Para simplificar nosso tratamento matemático, como tudo acontece numa única direção, vamos trabalhar apenas com os módulos dos vetores, ou seja, com as partes escalares. O sentido de cada vetor, para esquerda ou para direita, será dado pelo sinal "mais" ou "menos", respectivamente.
Vamos considerar dois momentos: "antes" e "depois" da emissão do pulso.
Antes da emissão:
A quantidade de movimento do sistema é nula já que tudo está parado. Portanto:
Qantes = 0
Depois da emissão:
O cilindro, que perdeu uma massa m, recua para a esquerda, com velocidade v e massa M - m. Assim terá uma quantidade de movimento orientada para a esquerda (positiva) com valor:
Qcilíndro=(M – m)v
O pulso, de massa m, avança para a direita, com velocidade c. Dessa forma terá uma quantidade de movimento para a direita (negativa) que, de acordo com a teoria eletromagnética de James C Maxwell, vale:
Qpulso = - E/c
Então:
Qdepois = Qantes Þ Qdepois = Qcilindro + Qpulso
(M – m).v – E/c = 0              (Equação 1)
O tempo de recuo do cilindro é:
Dtcilindro = DScilindro/Vcilindro
Enquanto o cilindro recua x, o pulso percorre uma distância L - x, com velocidade c, até ser reabsorvido. Então, o tempo de viagem do pulso entre P1 e P2 será:
Dtpulso = DSpulso/Vpulso= (L - x)/c
O tempo de recuo do cilindro é igual ao tempo do percurso do pulso entre as paredes do cilindro. Então:
Dtcilindro = Dtpulso
Logo:
x/v = (L – x)/c
Assim:
v = (c.x)/(L – x)                               (Equação 2)    
Utilizando as equações 1 e 2 temos:
E = (M –m).c².x/(L – x)                  (Equação 3)

            O cilindro e o pulso trocam forças internas e por isso o sistema é mecanicamente isolado. Sendo assim, cilindro e pulso deslocam-se em sentidos opostos mas o centro de massa do sistema que estava inicialmente parado tem que continuar parado.
            Há um deslocamento de massa (M – m) do cilindro para a esquerda de uma quantidade DScilindro = x. Também ocorre um deslocamento da massa m do pulso para a direita de uma quantidade de DSpulso = L – x. Uma coisa deve compensar a outra, sem alterar o centro de massa. Assim:
(M – m).x = m.(L – x)                      (Equação 4)

Finalmente, utilizando a equação 4 na equação 3 e simplificando obtemos a famosa equação de equivalência entre massa e energia:
E = m.c²                                                  
 

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Prof. Sérgio Torres