Como foi
deduzida a equação mais famosa da física? E = m.c²
Einstein imaginou um
experimento com base no qual podemos deduzir que E = m.c².
A ideia
consiste num cilindro oco, de massa M e comprimento L, inicialmente em repouso,
e que emite um pulso luminoso de massa m no ponto P1, situado na base da
esquerda. O pulso percorre o interior oco do cilindro e é reabsorvido, no ponto
P2, na base da direita.
Considerando
o sistema mecanicamente isolado, pelo princípio da conservação da quantidade de
movimento do sistema, ao emitir o pulso o cilindro recua de uma quantidade x.
Depois, ao reabsorver o pulso, pelo mesmo princípio, o cilindro para e fica em
repouso outra vez. Para simplificar nosso tratamento matemático, como tudo
acontece numa única direção, vamos trabalhar apenas com os módulos dos vetores,
ou seja, com as partes escalares. O sentido de cada vetor, para esquerda ou
para direita, será dado pelo sinal "mais" ou "menos",
respectivamente.
Vamos
considerar dois momentos: "antes" e "depois" da emissão do
pulso.
Antes da
emissão:
A quantidade
de movimento do sistema é nula já que tudo está parado. Portanto:
Qantes = 0
Depois da
emissão:
O cilindro,
que perdeu uma massa m, recua para a esquerda, com velocidade v e massa M - m.
Assim terá uma quantidade de movimento orientada para a esquerda (positiva) com
valor:
Qcilíndro=(M –
m)v
O
pulso, de massa m, avança para a direita, com velocidade c. Dessa forma terá
uma quantidade de movimento para a direita (negativa) que, de acordo com a
teoria eletromagnética de James C Maxwell, vale:
Qpulso = - E/c
Então:
Qdepois =
Qantes Þ Qdepois = Qcilindro + Qpulso
(M – m).v –
E/c = 0 (Equação 1)
O tempo de
recuo do cilindro é:
Dtcilindro = DScilindro/Vcilindro
Enquanto o
cilindro recua x, o pulso percorre uma distância L - x, com velocidade c, até
ser reabsorvido. Então, o tempo de viagem do pulso entre P1 e P2 será:
Dtpulso = DSpulso/Vpulso= (L - x)/c
O tempo de
recuo do cilindro é igual ao tempo do percurso do pulso entre as paredes do
cilindro. Então:
Dtcilindro = Dtpulso
Logo:
x/v = (L – x)/c
Assim:
v = (c.x)/(L –
x) (Equação
2)
Utilizando as
equações 1 e 2 temos:
E = (M –m).c².x/(L
– x) (Equação 3)
O cilindro e o pulso trocam forças
internas e por isso o sistema é mecanicamente isolado. Sendo assim, cilindro e
pulso deslocam-se em sentidos opostos mas o centro de massa do sistema que
estava inicialmente parado tem que continuar parado.
Há um deslocamento de massa (M – m)
do cilindro para a esquerda de uma quantidade DScilindro =
x. Também ocorre um deslocamento da massa m do pulso para a direita de uma
quantidade de DSpulso = L – x. Uma coisa deve
compensar a outra, sem alterar o centro de massa. Assim:
(M – m).x =
m.(L – x) (Equação
4)
Finalmente,
utilizando a equação 4 na equação 3 e simplificando obtemos a famosa equação de
equivalência entre massa e energia:
E = m.c²
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Prof. Sérgio Torres