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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Aumenta o número de professores que abandonam as salas de aula em todo o Brasil



Há uma semana o site @dicas de física e super interessantes  publicou uma prova da 4ª série primária e lançou um desafio: Você consegue fazer hoje uma prova de meio século atrás? (Para pais, alunos de todo ensino médio e dos dois primeiros anos de engenharia). Vários professores aproveitaram a ocasião para mostrar aos alunos e à diretoria como seria impossível aplicar uma prova dessas hoje em dia, ainda mais se fosse numa 4ª série. Muitos pais ficaram chocados com o descaso da educação de hoje e como ela despencou, sentiu na pele que o 10 de hoje tirado num 3º ano do ensino médio não se equivale a um 7,0 tirado na quarta série primária. Confira o vídeo postado e veja a prova na sua íntegra.



Qual é a alternativa dos professores, uma vez que por mais nobre que seja a profissão, aqui no Brasil eles são ridicularizados pelos alunos (seus clientes), levam puxão de orelhas dos pais dos alunos pois não querem ver seus filhos reprovados, fica sempre aos frangalhos quando uma turma decide fazer um abaixo-assinado para diretoria para tirá-lo, pois fez seu trabalho, ou seja, não enrolou e deu 10 pra todo mundo. A diretoria cobra do professor, e o mais ridículo: você sabia que professor é o único profissional do mundo que é contratado pelo colégio, dão-se o início das aulas, quando chega na hora do recreio, ele todo cabisbaixo, pergunta baixinho a um colega "amigo, pode me dizer quanto é a hora-aula que pagam aqui?" Acha isso ridículo? Isso acontece e muito. Então, chega na sala de aula e o professor pensa: vou confrontar os alunos para que eles se conscientizem de ter uma educação boa, ou seja, vou fazer meu trabalho, mesmo que isso me custe o emprego, ou vou dar de comer a meus filhos e manter minha família?

O ridículo da profissão de professor chegou a tal nível que mesmo dando aula de graça os alunos acham caro. Ficam indignados quando o professor cobra alguma coisa para dar uma assistência ou tirar uma dúvida extra pela internet. E não é só indignação dos alunos, aqui no Brasil, chegam a achar um absurdo um professor cobrar para tirar uma dúvida. Talvez você esteja pensando: sim, mas tirar uma dúvida, que mal faz isso? Então pondere: você estraria no escritório de um advogado para tirar uma dúvida, entraria num consultório médico para tirar uma dúvida, entraria num cabeleireiro para dar um corte (rapidinho), só um ajustezinho de nada, sem sentir nenhum tipo de constrangimento, pensando que o profissional que lhe atendeu na realidade lhe fez um favor? Pois, pense agora num aluno que encontra um professor na internet e tira uma dúvida, no fundo ele acha que é obrigação do professor fazê-lo e se o profissional disser que não tem tempo para atendê-lo, o aluno no fundo acha, diferentemente do que foi com o advogado, médico ou cabeleireiro, que o professor não ama a profissão e não é um verdadeiro profissional, pois se fosse lhe daria assistência e, lógico, de graça!  

Veja a reportagem sobre o abandono dos professores de sala de aula à procura de qualquer emprego digno, que não seja humilhado todos os dias. Quando eu digo humilhado, não me refiro a alguém distante, me refiro a VOCÊ, é você mesmo que está lendo esse artigo. Você é a causa do problema, pois ou você é pai, ou você é dono de escola, ou você é coordenador, ou você é aluno e não dá a mínima se um profissional é despedido por ensinar que raiz de a² é módulo de a e não a resposta conveniente que todo aluno gosta de aprender, que é só cortar para dar "a", tira dez sem saber "pn" e todo mundo, inclusive você, fica satisfeito pois diz com orgulho "tirei um dez" ou "meu filho tirou um dez" mesmo que esse dez não represente absolutamente nada, pois o mesmo não consegue fazer uma prova de 4ª série da época que o ensino era sério no Brasil.

Aumenta o número de professores que abandonam as salas de aula

Série especial mostra a atual situação dos professores no Brasil. 
Déficit chega a 150 mil. Maioria troca salas de aula por outros empregos.


O Jornal Nacional começa a apresentar nesta segunda-feira (02), uma série especial de reportagens sobre a situação dos professores no Brasil.

É uma profissão que todo mundo elogia, todo mundo concorda que é fundamental, mas que tem despertado o interesse de um número cada vez menor de brasileiros. Os motivos disso estão em discussão na reportagem da Graziela Azevedo e do Ronaldo de Sousa.
O Brasil tem uma necessidade urgente na escola. O país tem uma promessa: "Nosso lema será: Brasil pátria educadora”, afirmou a presidente Dilma Rousseff no discurso de posse.
E um grande desafio: “O apagão já começou há muito tempo. O déficit de professores nas áreas de química, física, matemática e biologia é da ordem de 150 mil professores” conta o diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.
“Eu fiquei dois anos sem professor de matemática. Na 5° e na 6° série. Então até hoje eu tenho muita dificuldade”, conta a estudante Larissa Souza.
“Fiquei trocando de professor de história na 8° série cinco vezes”, reclama um aluno.
Aqueles que poderiam ser futuros professores também estão sumindo dos cursos universitários de formação. 
Acontece nas faculdades particulares: “Na licenciatura de pedagogia, sempre no primeiro semestre é lotada. São 60, quase 70 alunos e vai diminuindo. O pessoal do 6°semestre, nós temos 10 alunos”, explica Carolina Gato, estudante de Matemática e Pedagogia.
Nas universidades públicas a desistência também é notória: “Porque as lacunas começam a aparecer, então coisas que deveriam ter aprendido no ensino médio não aprenderam e aí chega na hora da prova tira zero, tira 2 na prova. Vira uma bola de neve e abandona o curso”, conta Rebeca Omelczuck, estudante de Física.
Mas e quem ficou? Como estão os professores que levaram seus cursos até o fim e estão encarando as salas de aula?
É o que o Ministério Público quer descobrir. Em Novo Gama, município pobre e vizinho à Brasília, as promotoras de justiça mobilizaram mães, pais, servidores públicos e conselheiros da cidade para obter respostas.      
A auditoria cívica é o nome que o Ministério Público deu para o trabalho dos cidadãos que querem melhorar a educação na sua comunidade. Um trabalho que ao Jornal Nacional acompanhou.
Trazendo questionários e vontade de conhecer melhor as escolas públicas, eles se espalham. Parte da tarefa é conversar com os professores. As carências vão aparecendo.
“Falta tudo. Igual folha para tirar cópia para a prova, por exemplo. A gente tem que pedir para os meninos, tem que ir comprar. Chove e a sala fica praticamente alagada”, conta a professora Marta Costa Alves.
Uma realidade tão dolorida que as palavras começam a vir acompanhadas de lágrimas.
Marta Giovana Costa Alves, professora: Quando me deparei em uma sala de aula e vi as dificuldades ali eu não queria estar mais ali.
Jornal Nacional: Você se sente sozinha?
Marta: Nossa.
Assim, à flor da pele, a professora confessa não se sentir mais um modelo para os seus alunos.
Marta: A criança tem que olhar pra mim e ver em mim futuros, sonhos. E eu acredito que as crianças não estão conseguindo ver no professor mais isso.
Jornal Nacional: O que elas veem?
Marta: Um professor cansado, desmotivado, triste.
A entrevistadora, que também é professora, desaba junto.
Jornal Nacional: E a senhora chora por que?
Pesquisadora: Porque são 23 anos, quase aposentando, e as palavras dela são as minhas
Depois da entrevista, a professora Marta enxugou as lágrimas e voltou para a sala de aula, mas muita gente que se forma nem chega a entrar em uma. A desvalorização da profissão é o grande motivo. Para ganhar mais com menos estresse, os professores acabam fora das escolas.
A conclusão é de um pesquisador que cruzou os dados de vagas oferecidas e docentes formados ao longo de duas décadas. O levantamento mostrou que, com exceção da disciplina de Física, o número de docentes formados daria para atender a demanda no país.
“Não faltam professores formados então o que está acontecendo é que essas pessoas se formam e ou não ingressam na profissão ou ingressam e se desestimulam e saem. Enquanto um professor formado em nível superior ganhar metade do que ganha um economista, do que ganha um advogado, do que ganha um jornalista, quer dizer, não tem como atrair a pessoa para a profissão”, afirma o pesquisador da USP Marcelino de Rezende Pinto.
Para o novo ministro da Educação a valorização do professor passa por aumento de salário.
“Se você não tiver salários com perspectiva de aumento de salário, você não vai ter as melhores vocações se dedicando ou escolhendo o magistério como sua profissão”, conclui o ministro da Educação Cid Gomes.
O piso da categoria para 40 horas por semana, passou este ano de R$ 1.617 para R$ 1.917. Mas, para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, deveria ser de pelo menos R$ 2.900. Sem falar que nem todos os estados pagam o que a lei determina.

O resultado é o abandono da profissão. Oferta de emprego em empresas e bancos não falta.
“Eles vivem batendo na sua porta, oferecendo salários muito atraentes e que acabam levando muitos colegas da física para outras áreas”, conta o estudante de Física Carlos Otobone.
Mas é na sala de aula que os bons professores precisam estar. Disso ninguém tem dúvida.
“Temos que pensar de fato em uma política integrada que tem como elemento central o professor porque o pessoal discorda de tudo, mas há um consenso: o professor faz a diferença”, diz Marcelino.
Forte abraço,
Prof. Sérgio Torres


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