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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Problema do Lixo Radioatico


Há pelo menos seis décadas a humanidade tem à sua frente o problema de um lixo nuclear crescente, que permanece sem solução definitiva. Desde que as primeiras experiências com a energia nuclear foram realizadas, os países detentores dessa tecnologia têm desenvolvido métodos para lidar com os rejeitos radioativos de alta atividade, que demorarão séculos, milênios ou até milhões de anos para deixarem de ser nocivos ao homem e à natureza.
O Brasil também enfrenta esse problema desde que realizou as primeiras reações nucleares em 1982, na usina de Angra 1. O lixo radioativo foi o tema dos debates da conferência de 2014 da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) voltado para promover e controlar o uso pacífico da energia nuclear no mundo, com sede em Viena, na Áustria.



O material nuclear cresceu muito nos últimos anos. Se um país considera usar essa tecnologia, deve pensar também o que fazer com o que resta dela desde o primeiro instante”, afirmou o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, ao abrir o encontro anual da agência. Mas não são apenas rejeitos provenientes de usinas nucleares que representam perigo se não forem tratados e depositados adequadamente. O lixo resultante de outras aplicações da radiação nuclear, como o usado em equipamentos em hospitais, na indústria e na agricultura, também requerem cuidados. No Brasil, ocorreu um dos mais graves acidentes da história com lixo nuclear quando, em 1987, houve negligência no descarte de equipamentos com material radioativo em um hospital, e os resíduos foram manipulados e espalhados por catadores de sucata. Em decorrência, ao menos 621 pessoas foram contaminadas pela exposição ao Césio-137 em Goiânia, capital de Goiás.



Os perigos nucleares

Tudo começou quando dois sucateiros encontraram – sem saber o que era – uma cápsula de Césio-137 abandonada nas antigas dependências do Instituto Goiano de Radioterapia. O material, transportado até a casa de um deles, foi parcialmente aberto. Dias depois, foi vendido ao dono de um ferro-velho, que terminou de violar a cápsula. Amigos e parentes do homem se impressionaram com o brilho azul da substância radioativa e o material foi manuseado por várias pessoas.

Nos dias que se seguiram, os que tiveram contato com o pó começaram a apresentar sintomas de contaminação, e exames constataram a radioatividade. A região do ferro-velho foi então isolada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). A radiação atingiu um raio de 2.000 metros quadrados e matou quatro pessoas imediatamente. Somente em 1996 quatro médicos e um físico foram condenados a prestar serviços sociais como punição por terem deixado o material radioativo misturado no lixo comum.
Discute-se a segurança dos resíduos nucleares, assim como das usinas, desde a implantação das primeiras unidades, na década de 1950, nos Estados Unidos e na extinta União Soviética (1917-1991). Os riscos de acidente numa usina, mesmo que pequenos, podem trazer consequências extremamente sérias: o vazamento de radioatividade pode contaminar o solo e a água e trazer efeitos muito danosos não apenas aos ecossistemas, mas também à saúde dos animais e de seres humanos. Até hoje não existem sistemas de funcionamento de usinas nem de descarte ou reutilização dos resíduos radioativos produzidos por elas que sejam totalmente seguros.
As críticas aos programas de energia baseados na liberação de força a partir da ruptura dos átomos são reforçadas por eventos trágicos, como o grave acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão, provocado pelo terremoto e pelo tsunami de 11 de março de 2011. Foi o pior acidente do gênero desde a explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia – então parte da União Soviética –, em 1986. Depois do desastre no Japão, o governo da Alemanha anunciou a intenção de desligar, até 2022, os seus 17 reatores nucleares, que fornecem quase 18% da energia elétrica do país, e substituí-los por outras fontes de energia. Trata-se de uma mudança de rota, numa época em que construir mais reatores nucleares é uma possibilidade indicada, dentro das discussões do aquecimento global, como uma solução de energia limpa para países como Índia e China, que precisarão produzir muito mais energia no futuro do que agora.
Enquanto a Alemanha discute a desativação das usinas atômicas, o Brasil retoma a construção da usina de Angra 3. Será o terceiro grande empreendimento de geração de energia nuclear no país. Antes prevista para entrar em funcionamento em 2015, a nova meta agora é 2018.


Radioatividade em alta
No mundo todo, existem mais de 430 usinas nucleares (duas delas no Brasil), e muitas outras estão em processo de construção. A energia nuclear é atualmente responsável por 1,5% da energia produzida no Brasil, e representa 5,1% de toda a energia produzida no planeta. Porém, em alguns países da Europa e da Ásia, a fissão de átomos de elementos radioativos, como urânio e plutônio, é a principal fonte de geração da eletricidade que mantém os lares iluminados, as máquinas funcionando e os sistemas de transporte urbano em atividade. Na França, as usinas nucleares respondem por mais de 76% da eletricidade, e na Ucrânia, por 48%.
Nesses países, a opção pelo uso da energia nuclear tem ao menos três razões. A primeira é que possuem poucas fontes de energia, como petróleo e usinas hidrelétricas. A segunda é a eficiência da energia nuclear: um volume muito grande de energia é gerado por uma pequena porção de material radioativo. Por fim, a terceira razão é o fato de essa ser considerada uma fonte limpa – ou seja, a produção e o uso de energia nuclear liberam poucos gases de efeito estufa. Como o combate ao aquecimento global ganhou destaque nas últimas duas décadas, a energia nuclear havia recuperado prestígio. Mas aqui vale um porém: organizações ambientalistas afirmam que essa fonte não é tão limpa assim. De acordo com o Greenpeace, embora os reatores não emitam carbono, a construção das usinas, a extração do minério e o descarte do lixo radioativo produzem mais emissões do que outras fontes.



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Forte abraço,

prof. Sérgio Torres

#sergiorbtorres



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Prof. Sérgio Torres