A leitura cotidiana dos editoriais dos jornais amplia sua capacidade de interpretar e de organizar argumentos
A dissertação é o tipo textual mais presente nas propostas de redações dos principais vestibulares do país. Apesar da importância no trato com a linguagem e na elaboração estrutural, é a argumentação que, normalmente, (riais preocupa os candidatos e faz sofrer a banca corretora. Assim sendo, é importante compreender e saber desenvolver um texto argumentativo.
Embora haja diferenças estruturais, a redação dissertativa utiliza estratégias argumentativas bem semelhantes às de um editorial de jornal. Em ambos os casos, o objetivo é o mesmo: apresentar um ponto de vista sobre um determinado assunto, fazendo uso de argumentos que sejam capazes de convencer o leitor. Por isso, a leitura e interpretação dessa variedade jornalística são de grande ajuda para aqueles que almejam conquistar a vaga em uma boa faculdade.
A seguir, apresentamos a análise de um editorial do jornal Folha de S. Paulo, a fim de ajudá-lo a compreender o desenvolvimento argumentativo apresentado. O texto, publicado em 3 de maio de 2013, Ciência de Menos discute os rumos do ensino de ciências no País e o envolvimento dos jovens brasileiros com as áreas científicas.
Embora as estratégias argumentativas utilizadas no editorial e em uma dissertação sejam muito próximas, isso não ocorre com a estrutura textual.
Veja algumas diferenças importantes:
>> O texto jornalístico apresenta parágrafos compostos de dois ou de um único período, a fim de facilitar a leitura de diversos públicos. Na dissertação, é preferível o uso de parágrafos maiores, compostos por minimamente três períodos, com o intuito de apresentar um raciocínio completo, que apresente introdução, desenvolvimento e conclusão;
>> O editorial apresenta vários parágrafos, segmentando os argumentos a cada informação nova. Na redação dissertativa, o ideal é limitar os parágrafos a quatro ou cinco - sendo um para a introdução, outro para a conclusão, e os demais para a argumentação, que deve ser apresentada em blocos de informações comuns entre si;
>> É comum, nos editoriais, utilizar exemplos ou novos argumentos na conclusão, ou terminar com uma frase de efeito para impactar o leitor -como acontece no exemplo analisado aqui. Taís estratégias não devem ser usadas em uma dissertação de vestibular, que exige uma estrutura mais formal. Não traga elementos novos para a conclusão, procure fechar o raciocínio apresentado em sua tese e trabalhado em sua argumentação. Em hipótese alguma use frases de efeito - pois são seus argumentos que devem impactar o leitor.
Forte abraço,
Prof. Sérgio Torres
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Prof. Sérgio Torres