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sábado, 27 de junho de 2015

Vai um suplemento de memória para ajudar nos exames?

Quando somos crianças sonhamos com um truque de magia que nos faça acabar os trabalhos de casa rapidamente e nos deixe livres para brincar. Quando crescemos apercebemo-nos que existem uns comprimidos ou ampolas que nos prometem “magia” equivalente: melhorar a memória e concentração. Muitos alunos (e os pais) pensam que estes produtos permitem estudar sem parar e conseguir boas notas. Mas parece que não é bem assim.
“Há vários tipos de suplementos com várias finalidades, mas na realidade não fazem nada”, diz ao Observador Nuno Borges, professor na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. “Uma alimentação correta é a melhor maneira de garantir que a função cognitiva é maximizada.”

Como se prova que funciona?

Estes suplementos prometem aumentar as capacidades cognitivas, mas também resolver problemas de cansaço, melhorar o sistema imunitário, resolver estados depressivos, aumentar o apetite (ou reduzir, consoante o público-alvo a que se destinem), prevenir o cancro, a osteoporose e os problemas cardiovasculares. O problema é que não existem ensaios clínicos (como os que são obrigatórios para os medicamentos) que confirmem que estes suplementos são eficazes naquilo a que se propõem.
O conjunto de vitaminas, sais minerais e outros componentes não-farmacológicos destes produtos fazem com que sejam considerados suplementos alimentares e não medicamentos. É por isso que não são obrigados a cumprir os ensaios clínicos para demonstrar eficácia e segurança a que os medicamentos estão sujeitos. O facto de serem vendidos na farmácia não lhes traz mais validade, pois os mesmos podem igualmente ser comercializados num supermercado, na televisão ou na internet.
“Há vários tipos de suplementos com várias finalidades, mas na realidade não fazem nada. Uma alimentação correta é a maneira de garantir que a função cognitiva é maximizada.”
Nuno Borges, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
Bernardo Barahona Côrrea, médico na Unidade de Neuropsiquiatria da Fundação Champalimaud, considera que “não há nenhuma evidência” de que os suplementos cumpram os fins que apregoam. “A pouca evidência que existe é nas pessoas com demência e mesmo assim é muito fraca”, diz ao Observador. No entanto, o neuropsiquiatra acrescenta: “Estou convencido que existe um efeito placebo importante”. Ou seja,quando se acredita que um determinado produto tem um certo efeito, este efeito pode mesmo manifestar-se.
Um suplemento alimentar, ou qualquer medicamento, que tenha eficácia em algum aspeto da saúde tem de ser fundamentado por uma investigação experimental com um método científico válido. Bernardo Barahona Côrrea explica que o estudo “deve sempre incluir um grupo de controlo que recebe um placebo, de forma a poder controlar os efeitos da sugestão – o doente, porque sabe que está a tomar uma droga nova que pode melhorar um aspeto relevante do seu funcionamento, tenderá naturalmente a sentir-se melhor”. Idealmente, nem o investigador, nem o sujeito da experiência devem saber quem vai tomar o placebo – ensaio duplamente cego -, e a escolha dos indivíduos que integram cada um dos grupos de teste deve ser feita de forma aleatória.
Existem outros dois pontos-chave apontados pelo médico. Por um lado, os dados devem ser comparáveis – o antes e o depois da toma de alguma substância -, como tal devem ser objetivos e quantitativos. A título de exemplo, a opinião de uma pessoa sobre como se sente é uma medida subjetiva. Por outro lado, qualquer ensaio que envolva humanos terá de ter a aprovação de um comité de ética que avalia “se estão a ser respeitados princípios básicos de segurança e se estão a ser devidamente acautelados os interesses dos doentes, incluindo a confidencialidade e a possibilidade de controlar o consentimento informado”.

Forte abraço,
Prof. Sérgio Torres
Dicas de Física e Super Interessantes

                                                     Sergio Torres

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Prof. Sérgio Torres