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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A tecnologia do século 19 que ainda é essencial para smartphones modernos




Após rumores que a Apple ia se livrar do plugue do fone do ouvido no futuro iPhone 7, mais de 200 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que eles reconsiderassem a decisão. O modesto plug é um raro exemplo de tecnologia que sobreviveu à passagem do tempo, segundo Chris Stokel-Walker.
O boato é que a Apple ia descartar o plugue de 3,5mm, fazendo com que os headphones fossem ligados ao "Lightning", o conector projetado pela própria empresa e usado para carregar iPhones, iPads e outros dispositivos da Apple.
Críticos afirmam que, apesar de isso permitir que os iPhones sejam levemente mais finos, muitos fones de ouvido se tornarão inúteis e fabricantes serão forçados a pagar à Apple para usar o "Lightning" em seus produtos.
A petição diz que a medida criaria "montanhas de lixo eletrônico".
Também seria um grande impacto em uma tecnologia que se provou notoriamente resiliente. O plugue de 3,5mm é praticamente um item do século 19 - é uma versão miniatura do clássico plugue de meia polegada (6,35mm), que teria sido criado em 1878.
"Precisava ser algo que pudesse ser inserido e removido muito facilmente, mas ainda fizesse uma conexão segura", diz Charlie Slee, membro da Audio Engineering Society.
ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionTecnologia de plugues surgiu no século 19
A princípio, os plugues de meia polegada eram usados por operadores em antigas mesas de controle de telefone.
Estúdios e guitarras também usavam este tipo de plugue.
Mas, à medida que equipamentos de áudio se tornaram menores, foi preciso criar uma alternativa menor para os plugues.
A versão de 3,5mm rapidamente se tornou popular, principalmente pelo uso em fones de ouvido em rádios portáteis.
O plugue é conhecido como um conector TRS (do inglês Tip, Ring, Sleeve, ou ponta-anel-capa): a ponta transfere o áudio para o fone da esquerda de um dispositivo estéreo, e o anel transfere para a direita. A capa serve para aterramento do circuito.

Abolição

A Apple tem um histórico de acabar precocemente com tecnologias, abolindo coisas que, a partir daí, deixam de ser usadas por rivais também. Ela "matou" o disquete e foi uma das primeiras a abandonar os drives óticos.
Algumas pessoas que assinaram a petição sugeriram que a Apple estaria sendo gananciosa.
Charlie Slee acredita que os consumidores estão preocupados em ceder controle para a Apple. "As pessoas acham que controlam a tecnologia. Mas é o inverso: as empresas sempre estiveram no controle de como você ouve música e vê vídeos."
Para Simon Hall, o que está acontecendo é uma "tempestade em copo d'água".
Ele diz que ter um fone de ouvido padrão em celulares é um luxo relativamente recente.
"Na geração anterior de celulares, itens como os telefones Nokia, por exemplo, precisavam de adaptador", explica. "Se você quer conectar fones de ouvido a equipamento profissional, você também precisa de adaptador."
GettyImage copyrightGetty
Image captionOperadoras de central telefônica em 1919 no Parlamento britânico
Até 2010, celulares da Samsung vinham equipados com um plugue de headphone não muito diferente do conector que a Apple aparentemente quer adotar.
Essa não é a primeira vez que a Apple desperta queixas. Em 2007, com o primeiro iPhone, ela foi criticada porque o plugue do headphone ficava enterrado dentro da estrutura.
Especialistas, à época, disseram que isso seria "um grande plano de negócios - criam um problema e vendem a solução por diversão e lucro". O problema foi consertado na segunda geração, em 2008.
ThinkstockImage copyrightThinkstock
Image captionApple é conhecida por "matar" tecnologias precocemente
Mas a Apple também é conhecida pode desenvolver tecnologia: "Eles se livraram dos DVDs, do disquete, das portas paralelas, e uma hora eles irão se livrar do USB. É assim que eles funcionam", diz Horace Dediu, especialista em tecnologia Apple.
Ele afirma que a alteração para a conexão própria da Apple é um sinal de mudança para fones compatíveis com Apple Watch.
Para ele, a mudança será rápida. "O que a Apple faz é catalisar mudanças", afirma. "Aconteceria de qualquer forma, mas se não fosse a Apple levaria 10 a 15 anos, e agora vai levar entre 5 e 7."

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Prof. Sérgio Torres