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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

ENTENDA A I GUERRA MUNDIAL OCORRIDA HÁ 100 ANOS ATRÁS

Há 100 anos, em 28 de julho de 1914, teve início o primeiro conflito armado de proporções globais da história. Iniciada com uma disputa local entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, a I Guerra Mundial arrastou o mundo para um confronto que envolveu países de todos os continentes.

 

AS CAUSAS DO CONFLITO
No final do século 19, a Europa havia se transformado em um barril de pólvora prestes a explodir. Interesses imperialistas conflitantes e o fortalecimento do sentimento nacionalista provocavam forte tensão entre as nações do continente.


Conjuntura
Feridas mal cicatrizadas da Guerra Franco-Prussiana, intensa corrida armamentista e uma política de alianças militares entre os países europeus também estão na base da I Guerra Mundial.

ALEMANHA UNIFICADA
A unificação promovida por Otto von Bismarck, em 1871, fortaleceu a Alemanha, inflamando suas pretensões colonialistas. Agora o jovem país almejava ingressar no grupo das grandes potências europeias, formado por França, Reino Unido, Rússia e Áustria-Hungria.

REVANCHISMO FRANCÊS
Inconformada com a derrota na Guerra Franco-Prussiana (1870-71), a França alimentava o desejo de vingar-se dos germânicos e retomar os territórios fronteiriços da Alsácia e da Lorena, perdidos para os rivais ao final do conflito.
DISPUTAS IMPERIALISTAS
No início do século 20, o processo colonial havia deixado feridas abertas, principalmente entre italianos e alemães, descontentes com as partilhas da África e da Ásia. Mesmo nações amigas, como França e Reino Unido, rivalizavam pela posse de territórios ultramarinhos.

ANEXAÇÃO DA BÓSNIA
Em 1908, o Império Austro-Húngaro invadiu e anexou a Bósnia-Herzegovina, provocando a explosão do nacionalismo sérvio e elevando a tensão na região dos Bálcãs. Dez anos depois, um atentado em Sarajevo, capital da Bósnia, daria início à guerra.

RÚSSIA FERIDA
O orgulho russo estava ferido desde a vergonhosa derrota para os japoneses na disputa pela Manchúria, em 1905. A conquista de territórios em uma nova guerra seria uma forma de fortalecer o regime dos czares e levantar o moral do país.

CORRIDA ARMAMENTISTA
A intensa rivalidade entre as potências europeias gerou a expectativa de que um conflito militar era questão de tempo. Assim, os governos passaram a investir na indústria bélica, desenvolvendo novos armamentos e equipando seus exércitos.

POLÍTICA DE ALIANÇAS
Uma complexa rede de alianças políticas, econômicas e militares começou a ser forjada entre os países da Europa no final da década de 1870. No alvorecer do século 20, a Europa estava dividida em dois grandes blocos, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente.

TRÍPLICE ALIANÇA(Potências Centrais)
Em 1879, a recém-unificada Alemanha firmou um acordo estratégico com o Império Austro-Húngaro. Três anos depois, a Itália se juntou aos dois países formando oficialmente a Tríplice Aliança.

Quando a guerra irrompeu, entretanto, a Itália permaneceu neutra e só entrou no conflito em maio de 1915. Com medo de perder territórios para os vizinhos austro-húngaros, os italianos entraram na guerra ao lado da Tríplice Entente. Ao longo do conflito, a Tríplice Aliança seria reforçada pelo Império Otomano e Bulgária.
TRÍPLICE ENTENTE(Aliados)
O embrião dessa aliança militar foi a Entente Cordial, constituída por França e Reino Unido em 1904 em contraposição ao expansionismo alemão. Em 1907, a coalizão conquistou a adesão da Rússia e passou a se chamar Tríplice Entente – na guerra batizada de Aliados.

No decorrer da guerra, os Aliados viriam a conquistar a adesão de várias outras nações, como Estados Unidos, Japão e Brasil.

ESTOPIM
Apesar da elevada tensão reinante no continente europeu, a causa imediata da I Guerra Mundial foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, em 28 de junho de 1914.

Em visita a Sarajevo, maior cidade da anexada Bósnia-Herzegovina, Ferdinando e sua esposa Sofia, foram alvejados à queima-roupa pelo extremista sérvio Gravilo Princip, pertencente à organização Mão Negra.

O governo sérvio, descontente com o domínio austro-húngaro nos Bálcãs, foi acusado de estar por trás do atentado. Um mês depois, no dia 28 de julho, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, gerando um efeito dominó: a Rússia se mobilizou para defender a Sérvia, enquanto a Alemanha, aliada dos austro-húngaros, declarou guerra à Rússia e à França. Começava a I Guerra Mundial.

COMBATE SANGRENTO
De ambos os lados do conflito, ninguém esperava que a guerra se estenderia por tanto tempo. Ao invadir a França, comandantes alemães imaginavam que conquistariam Paris em 42 dias. Mas estavam enganados.

O equilíbrio militar entre as nações fez com que a I Guerra Mundial durasse longos quatro anos. 


Cronologia
Historiadores dividem a I Guerra Mundial em três fases distintas. A primeira, conhecida como guerra de movimento, aconteceu de agosto a novembro de 1914. Nesse período, os alemães fizeram ataques agressivos à França e quase tomaram Paris.

A segunda fase, chamada de guerra de trincheiras ou de posições, foi a mais longa das três e estendeu-se do final de 1914 a março de 1918. Com exércitos enterrados em valas, o morticínio foi grande e houve pouco avanço de ambos os lados.

Finalmente, a terceira e decisiva fase coincidiu com a forte presença dos Estados Unidos no conflito, que enviou 1,2 milhão homens para o combate, e os pesados ataques dos Aliados sobre as posições alemãs.

Em 11 de novembro de 1918, os alemães assinaram sua rendição. 

Principais batalhas
Os conflitos na Europa aconteceram em três frentes distintas: Ocidental, Oriental e Balcânica. 
FRENTE OCIDENTAL
Principal teatro de operações, a Frente Ocidental estendia-se do Mar do Norte até a fronteira da França com a Suíça. Foi por aqui que, no início da guerra, os alemães avançaram sobre a Bélgica, entraram na França e quase tomaram Paris. Extensas trincheiras foram cavadas na região.

FRENTE ORIENTAL
A Frente Oriental cobriu uma vasta área, que ia de Leningrado (atual São Petesburgo) ao Mar Negro. As batalhas nesse front se deram principalmente entre soldados alemães e austro-húngaros, de um lado, e russos, de outro. Não foram cavadas trincheiras. O forte aqui eram os movimentos dos exércitos, que ganhavam e perdiam terreno alternadamente.

FRENTE BALCÂNICA
Também chamada de Frente Sul, localizava-se na região dos Bálcãs, estendendo-se do Mar Adriático até a fronteira com o Império Otomano. Com auxilio de turcos e búlgaros, as Potências Centrais tentaram conquistar essa área estratégica do continente europeu.





BATALHA DE TANNENBERG ALEMANHA, 
26 A 30 /AGO/1914
Sob o comando do general Paul Von Hindenburg, os alemães aniquilaram o 2º Exército do czar Nicolau II, impedindo que os russos conquistassem a Prússia Ocidental, no leste da Alemanha. De quebra, avançaram sobre território russo. Foi uma das mais espetaculares batalhas da Frente Oriental.


PRIMEIRA BATALHA DO MARNE FRANÇA, 
5 A 10/SET/1914
Nos primeiros 30 dias de guerra, os alemães avançaram rapidamente sobre o território francês. Quando estavam prestes a conquistar Paris, foram barrados pelas tropas aliadas nessa decisiva batalha, ocorrida às margens do rio Marne. O plano alemão era conquistar a capital francesa para concentrar-se nas investidas contra os russos na Frente Oriental.


BATALHA DE GALLIPOLIIMPÉRIO OTOMANO,
25/ABR A 28/DEZ/1915
Cerca de 46 mil soldados da França, Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia morreram e outros 200 mil foram feridos nessa frustrada tentativa de invasão do Império Otomano. O que sobrou das forças aliadas que desembarcaram na península turca de Gallipoli em abril teve que recuar nove meses depois.

BATALHA DE VERDUNFRANÇA, 
21/FEV A 18/DEZ/1916
Próxima à fronteira alemã, Verdun foi palco da mais longa batalha da I Guerra e uma das mais devastadoras da história. Forças alemãs e francesas se enfrentaram de fevereiro a dezembro, sem que, ao final, um dos lados avançasse sobre o terreno inimigo. O número total de mortos chegou a 300 mil e de feridos, a 750 mil.

BATALHA DO SOMMEFRANÇA
1º/JUL A 18/NOV/ 1916
Para dividir as tropas alemãs que estavam concentradas em Verdum, militares britânicos e franceses bombardearam as tropas inimigas mais ao norte, junto ao rio Somme. A ofensiva começou em julho e durou cinco meses. Dois milhões de soldados se enfrentaram numa violenta batalha sem vencedores, mas que marcou a estreia dos tanques de guerra, usados pelos ingleses.

TERCEIRA BATALHA DE YPRES FRANÇA
7/JUL A 10/NOV/1917
Em 7 de junho de 1917, tropas britânicas lançaram um pesado ataque sobre os alemães para conquistar a cidade belga de Ypres, passo importante para o avanço dos Aliados sobre o território ocupado pelo inimigo. Fortes chuvas transformaram o campo de batalha num imenso lodaçal. A batalha se encerrou em novembro com ganhos marginais dos Aliados.


Armamentos
A I Guerra Mundial foi o palco de estreia de novas armas de guerra, entre elas os tanques, e do uso intensivo de outras, como granadas, morteiros e metralhadoras. A escalada bélica explica o elevado número de mortos e feridos nos dois lados do front. Conheça aqui os principais armamentos usados pelos Aliados e pelas Potências Centrais.

TANQUE
Os tanques foram usados pela primeira vez pelos britânicos na Batalha do Somme. Na manhã do dia 15 de setembro de 1916, os alemães foram surpreendidos por uma imponente máquina de guerra que cuspia fogo. O blindado, no entanto, tinha suas fragilidades: enguiçava no campo de batalha e, não raro, ficava preso na lama e nas trincheiras do front.
GÁS TÓXICO
Armas químicas foram usadas pelos dois lados para tentar tirar a guerra do atoleiro em que se encontrava. Em 22 de abril de 1915, o exército alemão fez o primeiro ataque com gás venenoso ao lançar mais de 150 toneladas de gás clorídrico sobre os Aliados. A nuvem tóxica causou estrago sobre as divisões francesas e argelinas, mas os alemães relutaram em avançar sobre o terreno contaminado com medo dos efeitos do gás sobre eles.

CANHÃO DE LONGO ALCANCE
No início da guerra, os canhões de longo alcance Krupp 420 mm, pérola da indústria bélica alemã, arrasaram as fortificações belgas e foram essenciais para o avanço das tropas germânicas.

METRALHADORA
Armadas sobre tripés, as metralhadoras lançavam até 600 projéteis por minuto. Capazes de matar milhares de homens em poucos minutos, a arma tinha poder de fogo equivalente ao de 80 rifles. A metralhadora Lewis – leve, barata de ser produzida e que podia ser operada sozinha – foi largamente usada por norte-americanos, belgas e britânicos.

BAIONETA
Embora muito menos sofisticada e mortífera do que outras armas empregadas pela artilharia (rifles, metralhadoras, granadas), a baioneta era peça obrigatória para todo militar da infantaria. Ela foi criada na França no começo do século 17 e mostrava-se útil nos combates corpo a corpo.

MORTEIRO
Lançando projéteis numa trajetória em forma de parábola, os morteiros foram muito usados na guerra de trincheira. O exército britânico usou 1.636 unidades do modelo inventado por sir Wilfred Stokes, enquanto a infantaria alemã levou para o front o morteiro Minenwefer, que tinha poder de fogo superior ao de alguns canhões.

GRANADA
Um dos maiores símbolos da I Guerra Mundial, a granada fez estragos no campo de batalha. Ela podia ser arremessada na trincheira inimiga por um soldado ou lança-granadas. A maior batalha com uso do artefato ocorreu na noite de 26 de julho de 1916, perto de Pozieres, na França. Apenas as forças aliadas jogaram mais de 15 mil granadas sobre as linhas inimigas.

LANÇA-CHAMAS
Responsável por sua introdução na guerra, o Império Alemão lançou 650 ataques com lança-chamas contra os Aliados – não há estatísticas do uso por franceses ou britânicos. O dispositivo germânico (Grossflammenwerfer) lançava uma língua de fogo a até 36 metros de distância e era capaz de mantê-la acesa por 40 segundos.

ZEPPELIN
Os alemães assombraram o mundo ao perpetrar ataques do céu. Após cruzarem o Canal da Mancha, os zepelins lançaram bombas sobre Londres em 19 de janeiro de 1915. As 51 operações aéreas com o dirigível mudaram a imagem que a população tinha de uma guerra. Agora, não apenas os soldados podiam ser mortos ou feridos, mas a população civil em geral.

SUBMARINOS
Outra novidade da I Guerra foi o uso de submarinos. Em 1915, a fim de bloquear o transporte de suprimentos para o front, submarinos alemães bombardearam o navio britânico Lusitânia. Os Estados Unidos protestaram e a Alemanha cessou esse tipo de ataque. Dois anos depois, no entanto, o país desencadeou uma guerra submarina irrestrita nas águas da Europa.

PÓS-GUERRA

UMA PAZ DELICADA
A assinatura do Tratado de Versalhes, em junho de 1919, selou oficialmente o término da I Guerra Mundial, mas esteve longe de assegurar a paz mundial.

As feridas abertas durante os quatro anos de batalhas semearam o terreno para a II Guerra Mundial, um embate ainda mais violento que viria a ocorrer vinte anos depois.

Confira aqui os principais efeitos da I Guerra Mundial e estatísticas que revelam o quão destrutivo foi o conflito.

CONSEQUÊNCIAS
Ao final da guerra, as fronteiras da Europa foram redefinidas e estabeleceu-se uma nova ordem mundial, com os Estados Unidos assumindo um papel de relevância
MILHÕES DE MORTES
A mais trágica e imediata consequência da I Guerra Mundial foram os milhões de soldados mortos e feridos no conflito. O morticínio pôs fim ao crescimento demográfico no Velho Mundo (saiba mais em “A Guerra em Números”). 

EUROPA REDESENHADA
Ao fim da guerra, o Império Austro-Húngaro e o Império Otomano se desintegraram e, a partir dele, nasceram novos países, como Iugoslávia, Tchecoslováquia, Áustria, Hungria, Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia, Finlândia, Albânia, Chipre, Irlanda e Turquia.

FIM DA RÚSSIA CZARISTA
A guerra civil russa, que pôs fim à monarquia dos Romanov, faria surgir, anos depois, o primeiro país comunista do planeta, a União Soviética. Ao mesmo tempo, resultou na independência de países como Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia.

IMPÉRIO DO SOL NASCENTE
O Japão, que lutou ao lado dos Aliados, foi outro país que saiu por cima ao final da guerra. Ao derrotar a Marinha alemã no Pacífico, ganhou colônias e conseguiu aval da Europa para seu domínio sobre a Ásia.
 
QUEDA DO IMPÉRIO OTOMANO
Derrotado, o Império Otomano viu suas fronteiras encurtarem. Territórios que hoje levam o nome de Síria e Líbano passaram para o controle da França, enquanto o Reino Unido passou a dominar o Iraque, a Jordânia e a Palestina.

NOVA POTÊNCIA MUNDIAL
Com a economia devastada, a Europa perdeu o papel hegemônico que ocupava no mundo. Como resultado da guerra, uma potência emergente, os Estados Unidos, acabou consolidando sua supremacia econômica e militar.

LIGA DAS NAÇÕES
Com o objetivo de garantir a paz mundial, foi criada em 1919 a Sociedade das Nações, também conhecida como Liga das Nações. Sua fundação teve como base uma proposta do presidente norte-americano Woodrow Wilson. Com a eclosão da II Guerra Mundial, em 1939, a Liga acabou dissolvida, dando lugar, em 1946, à Organização das Nações Unidas (ONU).

REVANCHISMO ALEMÃO
O Tratado de Versalhes impôs duras sanções à Alemanha, que perdeu parte de seu território e se viu obrigada a pagar pesadas reparações aos vencedores. Um forte sentimento de revanchismo surgiu no país, possibilitando o crescimento do nazismo e contribuindo para a eclosão da II Guerra Mundial.




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Forte abraço,

Prof. Sérgio Torres





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Prof. Sérgio Torres