Você já se encontrou voando durante uma conversa, ou mesmo tendo que se esforçar para dá-la atenção?
Eu já.
Ocasionalmente quando pessoas se apresentam durante uma reunião ou num evento (ou quando faço a pergunta infâmia "Fale-me a seu respeito" como numa entrevista, eu viajo. Ainda estou lá presente fisicamente, até sorrindo, parecendo até que estou prestando atenção e minha cabeça está nas nuvens.
Não é porque dormi mal noite passada ou estou distraído com assuntos mais importantes, na realidade isso acontece quando a pessoa com a qual estou falando simplesmente não se apresenta de forma que prenda minha atenção. E não importa muito se ela têm chance de ser contratada ou não.
A chave de como manter a conversa viva e o interesse também é realmente valiosa para quem procura emprego. Muitos fatores podem contribuir, inclusive o carisma, contato visual e o comportamento - o qual alguns são mais fáceis de aprender que outros. Mas, existe outra habilidade que qualquer um pode aprender com a qual torna qualquer conversa agradável e isso é uma grande vantagem: ser um bom contador de histórias.
Já percebeu como você acorda quando alguém fala "pra cachorro" dentro de uma boa história, envolvendo você com emoções para estabelecer um determinado posicionamento? Dê-me um grande contador de histórias e talvez um cafezinho ou mesmo uma garrafa de vinho (dependendo da situação) e eu estarei atrelado a ele por horas a fio! E quando chega um caçador de talentos, com a ênfase no comportamento de uma entrevista, este talento é uma das mais valiosas ferramentas de sua carreira.
O LUGAR PERFEITO PARA UMA BOA HISTÓRIA
A premissa de uma entrevista informal é aquela que você faz com que sua situação prévia preceda a sua futura performance no trabalho. Portanto, para decidir se você é a pessoa certa para o cargo, quem entrevista perguntará sobre suas experiências anteriores. Como um colega que trabalha nos recursos humanos falou para mim: Não é minha intensão fazer perguntas ao candidato cuja resposta seja do tipo sim ou não", ou perguntas superficiais que dão espaço a divagações desnecessárias. Quero saber exatamente o que está acontecendo com o candidato - que situações enfrentou e como as enfrentou - e pela resposta, posso saber como ele irá responder a situações similares que ocorrem aqui.
Em outras palavras, estes tipos de entrevistas são perfeitas para utilizar histórias escolhidas adequadamente para apresentá-lo ao entrevistador.
Como você pode imaginar, pode ser um choque quando, após estar no ritmo de uma resposta técnica, você é abordado a descrever o desafio pessoal de determinada experiência - em detalhes. E existem dois caminhos a serem seguidos para você trilhar com sua resposta.
De um lado você pode dar apenas fatos sem nenhuma emoção ou reflexão, esta parece ser a aposta mais acertada. Porém, você corre o risco de fazer com que a entrevista morgue.
De outro lado - muito melhor - a opção é responder com uma história relevante e bem escolhida. É basicamente refazer a informação prévia numa resposta concisa, com algum humor sem a necessidade dos detalhes e incluir os elementos que vão atrair a emoção de quem entrevista e mantê-lo acordado.
OS ELEMENTOS DE UMA BOA HISTÓRIA
Eu tenho membros da minha família que possuem uma vida maravilhosa, viagens interessantes e coleções adquiridas durante a vida. Mesmo assim, toda vez que alguém conta uma história, ela se preocupa com muitos detalhes que faz com que quem escute comece a voar. "Já falei da vez que me encontrei com Jô Soares?" E essa conversa parece promissora, porém perde o elã quando ao invés de se concentrar na história continua falando que foi com a amiga Janete, que estava chovendo, que era uma sexta, ou melhor uma quinta....
Não caia nessa, foque e seja sucinto, remova os detalhes sem importância. E não consuma mais que 2 a 3 minutos no máximo. E ao desenhar a história faça com que a pessoa com a qual está falando esteja presente durante toda a conversa.
Em qualquer entrevista, uma pergunta óbvia é como você se interessou por ciências, por exemplo. É uma ótima oportunidade para manter quem escuta interessado, contando uma boa história. Mas, imagine o tédio que seria se você iniciasse quando tinha 6 anos de idade e seus pais ficaram impressionados como você gostava de ciências.
Ao invés disso você pode construir uma história mantendo três focos principais:
Exponha seus sentimentos. Quando solicitado a descrever uma situação em que você teve um conflito com outro membro do laboratório, por exemplo, não basta apresentar os fatos do momento em que teve um desacordo sobre a autoria de uma obra; Diga aos entrevistadores como você se sentiu enquanto estava nessa situação. Eles também têm emoções; Eles vão se relacionar, e apreciar que você está sendo sincero. "Nós terminamos publicando-o como co-autoria. Nós publicamos juntos desde então também - sempre discutindo com antecedência quais serão nossos papéis em futuros projetos e a autoria.
Envolva-os na história. Traga para o lado humano e emocional sem parecer óbvio. Voltando a questão de como você se interessou por ciência, pode falar da vez que utilizou a ciência para ajudar um parente quando houve um acidente químico e você tomou a iniciativa de resolver o problema e a partir daí seus parentes ficaram emocionados com a ideia de você seguir a cadeira acadêmica e obter um doutorado. Emoções têm um papel crítico em quem houve e toma decisões. Portanto, não faça apenas uma dissertação, dramatize suas histórias e os envolva com emoção.
Use o diálogo. Quando falar sobre como foi aceito para fazer seu doutorado e disse que não iria desapontar e agradeceu a oportunidade, fale simplesmente que por dentro você não tinha ideia de como fazê-lo e como se sobressaiu no primeiro dia. Usando o diálogo permite a visualização do processo desde a raiz na mente de quem ouve. Como se estivesse assistindo a um filme que você descreve que mostra cada vez mais intrigante.
Estive pensando em como vender uma história e interessar a quem procura uma posição com aplicação prática.
Um contador de histórias atinge uma parte do cérebro onde as decisões são tomadas e justifica essas decisões racionalmente e logicamente em outro lugar no cérebro.
Depende de você atacar essa tendência para conseguir uma boa entrevista compartilhando histórias da sua vida.
Eu tenho membros da minha família que possuem uma vida maravilhosa, viagens interessantes e coleções adquiridas durante a vida. Mesmo assim, toda vez que alguém conta uma história, ela se preocupa com muitos detalhes que faz com que quem escute comece a voar. "Já falei da vez que me encontrei com Jô Soares?" E essa conversa parece promissora, porém perde o elã quando ao invés de se concentrar na história continua falando que foi com a amiga Janete, que estava chovendo, que era uma sexta, ou melhor uma quinta....
Não caia nessa, foque e seja sucinto, remova os detalhes sem importância. E não consuma mais que 2 a 3 minutos no máximo. E ao desenhar a história faça com que a pessoa com a qual está falando esteja presente durante toda a conversa.
Em qualquer entrevista, uma pergunta óbvia é como você se interessou por ciências, por exemplo. É uma ótima oportunidade para manter quem escuta interessado, contando uma boa história. Mas, imagine o tédio que seria se você iniciasse quando tinha 6 anos de idade e seus pais ficaram impressionados como você gostava de ciências.
Ao invés disso você pode construir uma história mantendo três focos principais:
Exponha seus sentimentos. Quando solicitado a descrever uma situação em que você teve um conflito com outro membro do laboratório, por exemplo, não basta apresentar os fatos do momento em que teve um desacordo sobre a autoria de uma obra; Diga aos entrevistadores como você se sentiu enquanto estava nessa situação. Eles também têm emoções; Eles vão se relacionar, e apreciar que você está sendo sincero. "Nós terminamos publicando-o como co-autoria. Nós publicamos juntos desde então também - sempre discutindo com antecedência quais serão nossos papéis em futuros projetos e a autoria.
Envolva-os na história. Traga para o lado humano e emocional sem parecer óbvio. Voltando a questão de como você se interessou por ciência, pode falar da vez que utilizou a ciência para ajudar um parente quando houve um acidente químico e você tomou a iniciativa de resolver o problema e a partir daí seus parentes ficaram emocionados com a ideia de você seguir a cadeira acadêmica e obter um doutorado. Emoções têm um papel crítico em quem houve e toma decisões. Portanto, não faça apenas uma dissertação, dramatize suas histórias e os envolva com emoção.
Use o diálogo. Quando falar sobre como foi aceito para fazer seu doutorado e disse que não iria desapontar e agradeceu a oportunidade, fale simplesmente que por dentro você não tinha ideia de como fazê-lo e como se sobressaiu no primeiro dia. Usando o diálogo permite a visualização do processo desde a raiz na mente de quem ouve. Como se estivesse assistindo a um filme que você descreve que mostra cada vez mais intrigante.
Estive pensando em como vender uma história e interessar a quem procura uma posição com aplicação prática.
Um contador de histórias atinge uma parte do cérebro onde as decisões são tomadas e justifica essas decisões racionalmente e logicamente em outro lugar no cérebro.
Depende de você atacar essa tendência para conseguir uma boa entrevista compartilhando histórias da sua vida.
Forte abraço,
Prof. Sérgio Torres
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Prof. Sérgio Torres